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Amapá pode ter perdas milionárias apesar de ser um dos menos afetados pelo tarifaço de Trump


Tarifa de trump afeta economia do Amapá

Reprodução

Uma pesquisa aponta que o Amapá será um dos estados do Brasil menos afetados pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump. Ainda assim, o estado pode passar por perdas milionárias, que totalizam R$ 36 milhões em prejuízos financeiros.

O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com dados do Ministério da Indústria, Comércios e Serviço (MDIC), que mostra os destaques nacionais e estaduais das relações econômicas entre Brasil e EUA.

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A medida anunciada pelo presidente deve entrar em vigor no início do mês de agosto. No entanto, exportadores do Amapá já deixaram de enviar produtos devido à alta tarifa, semanas antes da data estabelecida por Trump.

Extrativistas do Amapá suspendem exportação de 1,5 tonelada de açaí para os EUA após tarifaço de Trump

Em geral, os maiores prejuízos se concentram nas regiões Sul e Sudeste. Outros estados da Região Norte, como o Amazonas e Pará, registraram perdas bilionárias.

O valor em questão corresponde ao impacto no Produto Interno Bruto (PIB) dos estados. O Amapá aparece com o maior número entre os menos afetados, com R$ 36 milhões seguido respectivamente por: Piauí (R$ 32 mi), Acre (R$ 31 mi), Sergipe (R$ 30 mi) e Roraima (R$ 13 mi).

"A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas, traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Há estados em que o mercado americano é destino de quase metade das exportações. Os impactos são muito preocupantes", disse Ricardo Alban, presidente da CNI.

Exportação e Importação no Amapá em 2024

Houve 10,1% da participação dos EUA na exportação estadual, o que totaliza US$ 16,2 milhões nas exportações.

A pesquisa mostra ainda que a importância da indústria de transformação voltada para a participação do setor nas exportações estaduais é de 100%. Os alimentos são os principais produtos exportados, sendo o açaí em grande parte.

Produtos exportados

A importação do Amapá advinda dos EUA em 2024, tem 8,6% na participação. Totalizando em US$ 47 milhões.

A importância da indústria de transformação e participação do setor nas importações estaduais advindas dos EUA, é de 15,0% e os principais setores são de petróleo bruto, gás natural e equipamentos de transporte.

Importação dos EUA para o AP

Os dados apontam que no ano de 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado ao mercado americano foram gerados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil.

Na última década, esses produtos representaram, em média, 61,4% das exportações brasileiras e 56,5% das importações do país. Os valores evidenciam a interdependência econômica entre as duas nações, com impacto significativo em ambas as economias.

Nova medida oficializada

Foi oficializada nesta quarta-feira (30) pela Casa Branca, a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. No entanto, a medida prevê uma longa lista de exceções em produtos como: suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.

A tarifa deve entrar em vigor no dia 6 de agosto. A medida é uma resposta do presidente americano ao governo brasileiro.

Trump justificou que decidiu aumentar em 40 pontos percentuais a tarifa que já existia, totalizando em 50%, devido às ações do governo brasileiro que representam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.

O texto divulgado pela Casa Branca alega que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores estariam sendo perseguidos politicamente pelo atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista ao jornal americano The New York Times nesta quarta-feira (30) Lula disse que tentou diálogo com Trump, mas alegou que "ninguém quer conversar".

"O que está nos impedindo é que ninguém quer conversar. Eu pedi para fazer contato. [...] Eu designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA para entender qual é a possibilidade de conversa. Até agora, não foi possível", disse o presidente.

Lula disse ainda que não pretende conduzir as negociações sobre o tarifaço como se fosse um "país pequeno contra um país grande".

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