
Astronautas ficam impressionados com superlaboratório Sirius em visita a Campinas
Uma comitiva internacional de astronautas esteve em Campinas (SP), nesta terça-feira (4), para ver de perto o maior equipamento científico do Brasil: o superlaboratório Sirius, acelerador de partículas instalado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
🌟 A grandiosidade do superlaboratório impressionou os astronautas, que atestaram que os estudos realizados no Sirius têm o potencial de iluminar o futuro da ciência, contribuindo em novas explorações no espaço e no avanço em pesquisas da área da saúde.
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Hazza Al Mansouri, primeiro astronauta dos Emirados Árabes Unidos a ir ao espaço, participou da visita e relatou que ficou fascinado e surpreso com as instalações do maior acelerador de partículas do mundo.
"Para ser sincero, eu estou muito surpreso com essas instalações. Estou aprendendo muito sobre o que o Brasil faz aqui com as pesquisas e com as pessoas. Ouvi que pesquisadores de outros países têm vindo aqui para fazer suas pesquisas, e é muito fascinante", explica.
Hazza Al Mansouri, primeiro astronauta dos Emirados Árabes Unidos a ir ao espaço, relatou que ficou fascinado com as instalações do maior acelerador de partículas do mundo.
Reprodução/EPTV
Hazza Al Mansouri não foi o único a ficar maravilhado com o superlaboratório. Verônica Teixeira, pesquisadora no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, percebeu que os astronautas ressaltaram a capacidade e potencial do Sirius.
"O laboratório chamou bastante a atenção. [...] Eles ficaram impressionados exatamente pela capacidade que a gente tem de fazer estudos em altíssima resolução, olhando para aquilo que a gente chama de fronteira do conhecimento", relata Verônica Teixeira.
Astronautas se impressionam com superlaboratório em visita a Campinas, e atestam potencial para contrubuição em avanços da medicina e novas expedições espaciais
Reprodução/EPTV
Kathryn Patricia, uma astronauta norte-americana, acredita que o superlaboratório pode ser um ponto de partida no avanço da medicina e no desenvolvimento de novos medicamentos.
"Se nós tivermos bom conhecimento, podemos ajudar pessoas no dia a dia, desenvolvendo novas tecnologias, desenvolvendo novos remédios para ajudar no tratamento das doenças e, simplesmente, ajudar pessoas no geral no Brasil e em outros países do mundo", diz a cientista.
Astronautas ficam impressionados com superlaboratório em visita a Campinas
Reprodução/EPTV
Kevin Krege, astronauta norte-americano que já foi quatro vezes ao espaço e pilotou os ônibus espaciais Discovery e Colúmbia, e que também é o organizador do evento, relatou que o acelerador é "pura ciência", e pode contribuir em novas explorações no espaço.
"O acelerador é pura ciência. As coisas que a gente faz também são baseadas em ciência, e descobrindo como o mundo funciona ao redor de nós, e entendendo ele, podemos amá-lo melhor", diz o cientista.
Astronautas ficam impressionados com superlaboratório em visita a Campinas
Reprodução/EPTV
Verônica Teixeira, pesquisadora no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, sentiu-se orgulhosa com os comentários dos astronautas e em saber que o lugar onde trabalha pode contribuir para a evolução da ciência.
"O Sírio tem muito a oferecer para a comunidade, em termos de conhecimento de novos materiais, em termos de desenvolvimento de estratégia para remediação de água, para compreensão de doenças e do mecanismo dessas doenças e de como combatê-las [...]. Fico muito feliz em saber que é uma ferramenta que pode mudar muito a evolução científica", relata a pesquisadora.
Astronautas ficam impressionados com superlaboratório em visita a Campinas
Reprodução/EPTV
Congresso Planetário Internacional
A visita dos "viajantes do espaço" faz parte da programação do Congresso Planetário Internacional ( Planetary Congress em inglês), que está sendo realizado pela primeira vez no Brasil. O evento é organizado pela Association of Space Explorers, entidade que representa mais de 400 astronautas de 43 países que já participaram de missões espaciais.
"Todos os anos, nós, membros da Association of Space Explorers [Associação dos Exploradores Espaciais] falamos sobre o que está acontecendo no espaço e também sobre missões antigas", diz Kevin Krege, astronauta e um dos organizadores do congresso.
Astronautas se impressionam com superlaboratório em visita a Campinas, e atestam potencial para contrubuição em avanços da medicina e novas expedições espaciais
Reprodução/EPTV
👨🏼🚀A delegação incluiu cientistas com trajetórias marcantes na exploração espacial, e que já viram a Terra em um ângulo que quase ninguém já viu. Confira os astronautas que estiveram em Campinas:
Julie Payette: ex-governadora-geral do Canadá, engenheira e astronauta veterana das missões STS-96 (1999) e STS-127 (2009), a bordo do ônibus espacial Endeavour, com papel fundamental nas etapas de construção e integração da Estação Espacial Internacional (ISS).
Richard Hieb: estadunidense participou de três missões do Space Shuttle STS-39 (1991), STS-49 (1992), conhecida pela complexa operação de captura e reparo de um satélite em órbita, e STS-65 (1994), dedicada a experimentos científicos em microgravidade.
Yang Liwei: primeiro astronauta da história da China, comandou a missão Shenzhou 5 (2003), que marcou a entrada do país no seleto grupo de nações com capacidade de realizar voos espaciais tripulados.
Pavel Vinogradov: o russo é um dos cosmonautas mais experientes do mundo, com 546 dias acumulados no espaço. Participou das missões Soyuz TM-26 (1997), Soyuz TMA-8 (2006) e Soyuz TMA-08M (2013), contribuindo para o avanço da cooperação internacional a bordo da ISS
Hazza Al Mansouri: primeiro astronauta dos Emirados Árabes Unidos a ir ao espaço, na missão Soyuz MS-15 (2019), representando um marco histórico para o mundo árabe na exploração espacial.
Kevin Krege: o norte-americano já foi quatro vezes ao espaço, e já pilotou os ônibus espaciais Discovery e Colúmbia. É um dos organizadores do congresso.
O que é o Superlaboratório Sirius?
🔬 O Superlaboratório Sirius é o maior acelerador de partículas síncrotron do mundo, além de ser um dos três laboratórios de luz síncrotron de 4ª geração do planeta. O superlaboratório atua como uma espécie de "raio X superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.
Para observar as estruturas, os cientistas aceleram os elétrons quase na velocidade da luz, fazendo com que percorram o túnel de 500 metros de comprimento 600 mil vezes por segundo. Depois, os elétrons são desviados para uma das estações de pesquisa, ou linhas de luz, para realizar os experimentos.
Esse desvio é realizado com a ajuda de imãs superpotentes, e eles são responsáveis por gerar a luz síncrotron. Apesar de extremamente brilhante, ela é invisível a olho nu. Segundo os cientistas, o feixe é 30 vezes mais fino que o diâmetro de um fio de cabelo.
Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron
Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1
VÍDEO: Tudo sobre Campinas e Região
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