A pequena Maitê Sossai Bueno foi diagnosticada com bronquiolite, em São João da Boa Vista, e morreu na quarta (30). Família vê negligência, e prefeitura não vai se manifestar. A bebê Maitê Sossai Bueno, de São João da Boa Vista (SP), morreu na quarta-feira (30)
Arquivo pessoal
Uma bebê de 2 meses morreu, na quarta-feira (30), após passar 3 vezes pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de São João da Boa Vista (SP). A família acredita em negligência e quer justiça.
A pequena Maitê Sossai Bueno foi diagnosticada com bronquiolite, mas o laudo com a causa da morte ainda não foi divulgado.
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A prefeitura, responsável pela unidade, foi procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, mas informou que não irá se manifestar sobre o assunto.
Falta de ar e tosse
UPA de São João da Boa Vista
Fernanda Ribeiro/EPTV
Eshiley Campos, mãe de Maitê, disse ao g1 que a primeira que levou a filha na UPA foi no domingo, 27 de abril. "Eu falei para o médico que ela estava com falta de ar, com tosse, e ele falou que era apenas congestão nasal", lembrou.
Na segunda-feira (28), a criança piorou e a mãe a levou novamente para a unidade e foi feito o diagnóstico de bronquiolite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, causada pelo vírus sincicial respiratório. Ela foi liberada em seguida.
"Na terça-feira ela se manteve estável, ela nem melhorou e nem piorou. Aí na quarta-feira (29) ela acordou muito pior, levei ela por volta das 11h na UPA. Quando foi 14h30, a médica me deu alta", afirmou.
Ela disse que foi pedido um hemograma e ela foi novamente liberada.
"A gente precisa ficar lá esperando o resultado [do hemograma]. Aí eu falei para ela: 'Eu posso ficar no oxigênio com ela enquanto o hemograma não sai?' Ela falou assim: 'Não, mãezinha, fica tranquila, ela vai ficar bem. Pode ir para casa. Se o hemograma der alterado, eu te mando mensagem'", relatou.
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A pequena Maitê Sossai Bueno, de 2 meses, morreu em São João da Booa Vista (SP)
Arquivo pessoal
Apesar disso, Eshiley não recebeu nenhuma mensagem e imaginou que a filha estivesse bem.
"Quando foi umas 17h30 mais ou menos, ela piorou muito. Eu voltei na UPA e, enquanto eu fazia a ficha dela, eu pedi para a moça imprimir o hemograma. No hemograma, eu que não entendo nada, vi que tava muito alterado, não tava nada dentro dos parâmetros".
Logo depois, a bebê precisou ser levada para a emergência e foi transferida para a Santa Casa.
"A gente colocou o pé na Santa Casa, ela já começou a ter parada [cardíaca]. Das 18h às 20h30, ela teve cinco paradas. A gente conseguiu uma vaga na Unicamp [Hospital das Clínicas], e saiu daqui por volta de 21h30. Aí gente tava numa cidade próxima ela a teve outra parada. Aí a gente teve que voltar tudo para trás, porque aí ela não aguentou, ela faleceu", afirmou Eshiley.
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A mãe explicou que ainda não fez o boletim de ocorrência porque o Departamento de Saúde não abriu por conta do feriado. "Na segunda-feira de manhã, o departamento abrindo, eu já vou lá buscar os protocolo de atendimento dela e já vou fazer o boletim de ocorrência".
Ela disse que a prefeitura não procurou a família. "Eu vou até o fim. Tudo que tiver que ser feito, eu vou fazer porque foi sim negligência médica, porque a médica falou para mim, ela falou: "Se ela não melhorar, a gente interna ela". Se ela sabia que a minha filha tava ruim, por que que ela já não internou no momento que eu cheguei lá? Ele esperou a minha filha chegar morrendo na UPA para poder tentar fazer alguma coisa?", desabafou a mãe.
"Ela era minha primeira filha. Todo mundo [da família] sofrendo [com a morte], mas ao mesmo tempo todo mundo revoltado".
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