
Geisa Ferreira
Arquivo Pessoal
O adoecimento de professores de toda rede pública de Alagoas é tema do livro “O preço de ensinar”, da doutora em Educação pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Geisa Ferreira, que será lançado na Bienal do Livro de Alagoas, na sexta-feira (7), às 21h, no estande oito.
O livro é tema da tese de doutorado de Geisa Ferreira e realiza uma análise rigorosa sobre o tema com a promessa de transcender a mera descrição clínica e abordar também aspectos como patologias ocupacionais que devastam uma das categorias profissionais mais estratégicas para o desenvolvimento social.
A obra é fruto da prática vivenciada por profissionais em Alagoas. Ao g1, ela afirma que não aborda no livro problemas individuais, mas sim uma falha sistêmica. A autora explica que precisava entender o que leva um profissional a dedicar-se ao que faz e, ao mesmo tempo, adoecer por causa disso.
A intenção prática é de que este diagnóstico sirva para fomentar a agenda de políticas públicas estratégicas que ofereçam um ambiente de trabalho digno, explica a pedagoga.
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Esgotamento profissional
Ainda conforme a obra, a pesquisa mapeia as formas de adoecimento e identifica os principais vetores de estresse laboral. Para Geisa Ferreira, o resultado é evidente: o esgotamento profissional e a desilusão com a docência não se restringem à esfera individual do professor, mas encontram sua origem na fragilidade das políticas públicas e na precariedade da estrutura laboral ofertada pelo poder público.
Ela reforça que ofício está roubando a esperança, levando os profissionais a um profundo desencanto.
As reformas educacionais exigem mais do professor – mais competências, em menos tempo – mas as condições básicas (apoio, materiais, infraestrutura) simplesmente não chegam, analisa a pedagoga.
Além disso, a obra trata de um trabalho de alta densidade teórica e prática exercido sob condições que não promovem a saúde e o bem-estar, gerando um ciclo vicioso de desinvestimento na carreira.
A pedagoga avalia ainda que a pesquisa mapeou doenças que atingem o corpo e a alma: do ponto de vista psíquico, a pesquisadora encontrou desde transtornos mentais não especificados até, em casos alarmantes, problemas relacionados ao sistema nervoso e a ordem física: a pressão alta, doenças nas articulações (do sistema osteomuscular).
“E, claro, a ferramenta essencial do professor – a voz – comprometida por rinite, bronquite e faringite crônica” , diz a pedagoga.
Bienal do Livro
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Eficácia da prática pedagógica
Ao questionar a concepção do trabalho docente no contexto alagoano, a obra promete estabelecer uma denúncia embasada sobre as falhas sistêmicas que minam a esperança e a eficácia da prática pedagógica.
A leitura é recomendada para pesquisadores nas áreas de Políticas Educacionais, Sociologia do Trabalho e Saúde Ocupacional, gestores públicos e todos os profissionais comprometidos com a redefinição das bases de sustentação e valorização da carreira docente.
Quem é Geisa Ferreira?
Doutora em Educação pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Geisa é Mestre em Educação pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Mestre em Administração de Empresas em Alta Gestão de Instituição de Ensino Superior pela Universidade da Amazônia (UNAMA).
Além disso, a pesquisadora é especialista em Gestão Escolar (PSGE/SESI). Aperfeiçoada em Formação de Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (SEB/MEC) e graduada em Ciências da Educação, pela Universidade de Coimbra (UC/PORTUGAL) entre outras formações.
Ela também tem experiência na área da educação, com ênfase na didática, no planejamento, no currículo, na avaliação, na formação de professores e na gestão educacional. É pesquisadora, escritora, consultora, assessora e palestrante no âmbito da educação.

