
Estudo do Observatório do Clima conclui que o Brasil poluiu menos em 2024
Um estudo do Observatório do Clima concluiu que o Brasil poluiu menos o ar em 2024 do em anos anteriores, mas que o país ainda está longe de cumprir o compromisso que assumiu com o mundo.
O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa - como o gás carbônico. Esses gases retêm o calor e são essenciais para a sobrevivência no planeta. Mas, em excesso, viram problema: prendem mais calor na atmosfera e aceleram o aquecimento global.
Dados do Observatório do Clima apontam que o Brasil emitiu, em 2024, mais de 2 bilhões de toneladas de gases que esquentam o planeta. É muita coisa, mas foi quase 17% a menos em relação ao ano anterior e representou a maior queda percentual de um ano para o outro desde 2009.
O que realmente fica na atmosfera são as emissões líquidas. Em 2024, elas somaram quase 1,5 bilhão de toneladas. Esse é o saldo final: tudo o que o Brasil poluiu, menos o que as florestas conseguiram absorver do ar.
Segundo o estudo, o principal motivo para a queda na emissão foi a redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado. O menor nível das emissões em 2024 foi uma boa notícia. Mas o estudo também traz um alerta: o Brasil ainda está longe da meta que apresentou ao mundo em 2015. O país se comprometeu a limitar as emissões de gases em 1,3 bilhão de toneladas até o fim de 2025. Segundo as projeções, deve terminar o ano cerca de 9% acima dessa meta.
“A gente vai precisar fazer as chamadas emissões negativas, que é basicamente você sequestrar mais carbono do que você emite. Quando você recupera uma floresta, você não recupera só a função do ecossistema, você também sequestra carbono. Então, isso ajuda a reduzir as emissões líquidas do Brasil”, afirma Claudio Angelo, coordenador de Política Internacional do Observatório do Clima.
O secretário de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente reconhece a importância do alerta:
“De acelerar esse conjunto de ações de transformação. Seja na infraestrutura e na operação dos transportes, na mobilidade urbana, no ganho de eficiência energética, nos novos combustíveis, em uma maior eficiência industrial. Não basta reduzir o desmatamento. Temos que reduzir mais o desmatamento, mas temos que fazer muito mais nos vários setores de atividade econômica no Brasil”, diz Aloísio de Melo, secretário nacional de Mudança do Clima do MMA.
Brasil polui menos em 2024, mas ainda está longe de cumprir meta que apresentou ao mundo em 2015
Reprodução/TV Globo
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