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Brasileira que estava em estado vegetativo nos EUA volta ao Brasil em UTI aérea bancada por grupo de amigos


Brasileira sofre mal súbito nos EUA, fica em estado vegetativo e família tenta voltar

Após mais de um ano vivendo um drama nos Estados Unidos e de uma grande mobilização, a brasileira Fabíola da Costa, de 32 anos, finalmente voltou ao Brasil. Ela desembarcou na noite da segunda-feira (20), no Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá (MG), cidade vizinha a Juiz de Fora, sua cidade de origem.

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O transporte particular foi possível graças à mobilização de pessoas que se sensibilizaram com a situação da brasileira, que vinha convivendo com limitações do plano de saúde no acesso à reabilitação e no alto custo das despesas médicas - que ultrapassaram os R$ 500 mil.

O transporte aéreo, em torno de R$ 1 milhão, segundo Ubiratan Rodrigues, marido de Fabíola, foi custeado por três amigos. Ele, no entanto, não quis revelar detalhes do gesto solidário.

O desembarque de Fabíola foi acompanhado pelo Samu, que informou que toda a viagem transcorreu bem e o estado de saúde dela é estável. Do aeroporto, ela foi transportada até o Hospital Ana Nery, em Juiz de Fora, para refazer exames antes de ir definitivamente para casa, no Bairro Granjas Bethel.

Brasileira em estado vegetativo volta ao Brasil após mais de um ano nos EUA. Familiares de Fabíola, piloto e médicos na foto.

Arquivo pessoal

Mal súbito e mais de um ano de tratamento nos EUA

Fabíola sofreu mal súbito em setembro de 2024, que a deixou em estado vegetativo. Sem diagnóstico conclusivo, com limitações no sistema de saúde americano e dificuldades financeiras, a família enfrentou uma longa e difícil batalha para garantir o retorno dela ao Brasil.

Na semana passada, Ubiratan informou que estava no processo final de compra de um motorhome adaptado, para uma viagem por terra, que duraria cerca de 50 dias, com passagem por 11 países.

Fabíola Costa sofreu um mal súbito nos Estados Unidos e está em estado vegetativo, recebendo cuidados do marido

Ubiratan Rodrigues/Arquivo pessoal

A repercussão do caso chegou a um grupo de amigos, que resolveu contribuir com a família.

“Um grupo de três pessoas, que não querem se identificar, se reuniu e pagou o que faltava da UTI aérea, já que tínhamos juntado mais de R$ 500 mil. Logo que eles me deram a notícia, eu já fiz contato com a companhia aérea e demos seguimento ao plano”, contou Ubiratan Rodrigues ao g1.

Fabíola viajou ao lado da mãe. Segundo Ubiratan, por enquanto, ele permanecerá nos Estados Unidos com os três filhos do casal.

“Eu precisei ficar porque a nossa filha mais nova nasceu aqui. A gente está enfrentando todo o processo para fazer a documentação dela, já que, pelo fato dela ter nascido nos EUA, a Fabíola não pode assinar para emitir o passaporte. Então, a gente precisa esperar correr tudo legalmente antes de poder voltar também”, explicou.

Sequência do tratamento agora pelo SUS

Agora, com Fabíola em solo brasileiro, a expectativa da família é que ela possa continuar o tratamento com mais suporte pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e próximo da família em Juiz de Fora.

“Tudo foi feito com ajuda de amigos, familiares e desconhecidos que se sensibilizaram com a nossa história. Não temos palavras para agradecer”, disse Ubiratan.

🕒 Cronologia do caso Fabíola da Costa

🛫 De Juiz de Fora aos EUA: o início de uma nova vida

2019: Fabíola e Ubiratan se mudam para os EUA em busca de melhores oportunidades, com os dois filhos mais velhos;

Mudança inicial para Newark, em Nova Jersey e, após o nascimento da filha caçula (hoje com 5 anos), ida para Orlando, na Flórida;

Fabíola trabalhava como manicure, sem histórico de doenças. Já Ubiratan vivia como caminhoneiro.

A brasileira Fabíola Costa está em estado vegetativo nos EUA; ela vive com a família no país norte-americano desde 2019

Ubiratan Rodrigues/Arquivo pessoal

⚠️ Setembro de 2024: o mal súbito

2024: Fabíola sofre um mal súbito em casa no dia 20 de setembro e é levada ao hospital pelo enteado e outros dois filhos. O marido dela estava trabalhando em outro estado no momento;

Ela sofre três paradas cardíacas e uma perfuração no pulmão, causada durante a reanimação;

Ele teve uma lesão cerebral grave e entrou em estado vegetativo;

Ainda não há diagnóstico conclusivo da causa até hoje, segundo a família.

🏥 Setembro de 2024 a abril de 2025

Fabíola ficou internada por 7 meses com cobertura parcial das despesas pelo plano de saúde;

O estado dela se estabilizou, mas ela não recuperou a consciência;

A alta hospitalar foi concedida em abril de 2025.

🏠 Abril de 2025 em diante: tratamento domiciliar

Um quarto foi adaptado na casa dela, em Orlando, com suporte básico;

Ubiratan assumiu todos os cuidados, como banho, alimentação por sonda, medicamentos, fisioterapia, exercícios de fonoaudiologia e higiene pessoal;

Ele diz que recebe apoio esporádico de uma enfermeira e de amigos fisioterapeutas.

💰 Gastos acumulados ultrapassam R$ 500 mil

Segundo Ubiratan, o total das despesas desde o mal súbito já passou de R$ 500 mil.

O plano de saúde não cobre as sessões regulares de fisioterapia, as fraldas, os curativos e outros materiais básicos.

Medicação, vitaminas e alimentos via sonda são bancados pela família e por doações.

🚐 Motorhome adaptado: a alternativa possível

Na semana passada, Ubiratan anunciou que pretendia retornar com a esposa e os três filhos ao Brasil por terra, em um motorhome adaptado.

O custo estimado para compra do veículo e de deslocamento é de R$ 200 mil — redução de mais de R$ 800 mil em relação à UTI aérea;

A viagem de 50 dias iria passar por 11 países e quase 7 mil km. Até que no final de semana conseguiu arrecadar o dinheiro final para uma UTI aérea.

*estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto

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