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Caso Heloysa: pai e filho investigados por morte de adolescente vão a júri popular em Cuiabá


Da esquerda à direita: Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, e Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos

Divulgação

O ex-servidor público Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, e o filho dele, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18, serão julgados pelo Tribunal do Júri pelo feminicídio da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, encontrada morta em um poço, no Bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá, em abril.

A decisão de levar os acusados a júri popular foi proferida na terça-feira (5) pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá.

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De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Benedito e Gustavo vão responder pelos crimes de feminicídio qualificado, roubo majorado, tentativa de extorsão majorada, lesão corporal no âmbito de violência doméstica e ocultação de cadáver.

Segundo a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida, Benedito teria planejado o crime movido por ciúmes e inconformismo com o possível fim do relacionamento com a mãe da vítima, Suellen de Alencastro Arruda. Ainda segundo o MP, o ex-servidor articulou a morte de Suellen e de sua filha, Heloysa.

Para executar o plano, Benedito teria contado com o apoio do filho e de dois adolescentes, de 16 e 17 anos.

Heloysa Maria de Alencastro Souza foi encontrado com as mãos e pés amarrados dentro de um poço, em Cuiabá.

Reprodução

A vítima foi encontrada com múltiplas escoriações e roupas rasgadas. A perícia apontou que ela foi morta por asfixia mecânica — interrupção do fluxo de ar para os pulmões causada por uma obstrução física — após ser enforcada com um cabo USB, o que confirmou a materialidade do feminicídio.

O crime foi classificado como feminicídio qualificado, devido à utilização de meio cruel e ao uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A motivação apontada pela acusação é o controle possessivo de Benedito sobre Suellen, o que caracteriza violência de gênero e menosprezo à condição de mulher.

Diante da gravidade dos crimes e da periculosidade dos acusados, o juiz manteve a prisão preventiva de ambos. Também foi deferida a restituição de bens apreendidos das vítimas, como celulares, televisores e notebook.

Depoimento

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Em depoimento à Polícia Civil, Benedito negou que mandou matar a adolescente. Segundo ele, a intenção era 'dar um susto' na companheira dele, mãe da vítima (assista acima).

A mãe de Heloysa chegou na casa logo após a morte da filha, mas, sem perceber que a filha estava morta, acreditou se tratar de um roubo seguido por sequestro. Ela também foi espancada pelos criminosos.

Benedito mantinha um relacionamento com a mãe de Heloysa. O casal vivia junto há cerca de quatro meses.

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