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Casos de HIV/Aids aumentam mais de 10% em Feira de Santana; especialistas alertam para riscos e indicam tratamento precoce


Casos de HIV/Aids aumentam mais de 10% em Feira de Santana

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Os casos de HIV/Aids em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, cresceram 10,36% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela prefeitura da cidade, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

De janeiro a julho deste ano, 213 novos diagnósticos foram registrados no Centro de Referência Municipal de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV, Aids e Hepatites Virais. Em 2024, foram 193 casos nesses sete primeiros meses e 351 registros em todo o ano.

Quanto ao cenário em 2025, a maioria dos infectados são homens, com 161 ocorrências. Outras 52 pessoas com o vírus são mulheres. O levantamento indica ainda que a maior prevalência é em jovens de 19 a 24 anos.

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Assistência de saúde

Atualmente, Feira de Santana possui 5.531 pessoas cadastradas no serviço de assistência do Centro de Referência. Desse total, 4.428 estão sob acompanhamento, entre elas, 24 crianças em tratamento e gestantes que recebem atendimento especializado durante o pré-natal.

Diagnóstico tardio e preconceito preocupam especialistas

Segundo a médica infectologista Melissa Falcão, um dos fatores que contribuem para o aumento dos casos é o diagnóstico tardio. Muitos pacientes descobrem a doença já em estágio avançado, quando surgem doenças oportunistas.

“O HIV pode ser silencioso por até 10 anos. Durante esse período, mesmo sem sintomas, a pessoa transmite o vírus. Por isso, o uso do preservativo deve ser mantido em qualquer relação e o teste deve ser feito regularmente”, explicou.

Melissa também destacou que o preconceito ainda é um dos maiores obstáculos enfrentados pelos pacientes. “Muitas preferem adoecer do que vir no serviço público. O medicamento é 100% gratuito e não é vendido em farmácia. Então, independente da condição financeira da pessoa, todos terão que pegar o serviço de saúde”, ressaltou a médica.

Segundo a médica infectologista Melissa Falcão, um dos fatores que contribuem para o aumento é o diagnóstico tardio

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Testagem rápida e gratuita

Segundo o Centro de Referência, os testes para a detecção são realizados em menos de 30 minutos e estão disponível de segunda a sexta-feira em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Saúde da Família (USF) e no Centro de Referência, localizado na Rua Germiniano Costa, no Centro da cidade.

O programa municipal oferece acompanhamento multiprofissional, com atendimento em infectologia, enfermagem, odontologia, fisioterapia, nutrição, assistência social e psicologia. Os pacientes também realizam exames laboratoriais e recebem medicação gratuita.

A coordenadora do Centro de Referência, Vanessa Sampaio, reforça a importância da testagem regular e informa como o paciente pode realizar a testagem para o vírus.

“A gente atende por demandas espontâneas, na qual o paciente chega para a realização do teste, que não precisa de requisição médica e basta a decisão de conhecer seu estado sorológico. Se esse diagnóstico for positivo para o vírus do HIV, ele vai passar por uma consulta e vai realizar uns exames pertinentes, dando início ao uso da terapia antirretroviral”, detalhou Vanessa.

A coordenadora do Referência, Vanessa Sampaio, reforça a importância da testagem

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O serviço contempla ainda o acompanhamento de crianças expostas ao HIV (sem diagnóstico confirmado), crianças já diagnosticadas com a doença e gestantes, com atendimento específico no pré-natal.

Situação em todo o estado

Casos de HIV crescem na Bahia

Na Bahia, entre janeiro de 2023 e agosto de 2025, foram diagnosticados 11.187 casos de HIV/Aids. Do total, 72% são em homens e 28% em mulheres. Embora os números gerem preocupação, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) ressaltou que não há um surto de HIV/Aids no estado.

A faixa etária mais atingida é entre 20 anos e 34 anos, com 5.212 registros ao longo desses dois anos e meio. Especialistas demonstram preocupação com a incidência no grupo jovem.

“São pessoas muito jovens, muitas vezes no início da vida sexual, já adquirindo HIV. Precisamos intensificar o diálogo nas escolas, nas famílias e nos serviços de saúde para reforçar a prevenção”, destacou Melissa.

Vale ressaltar que o HIV é uma doença tratável, ainda que não tenha cura. O uso contínuo da medicação permite que a carga viral se torne indetectável, impedindo a transmissão do vírus. “Quem segue corretamente o tratamento não transmite o HIV nem mesmo em relações sexuais”, confirmou a médica.

Segundo o Centro de Saúde Especializado, os testes para a detecção são realizados em menos de 30 minutos

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