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Com meta de zerar rombo, governo tem déficit de R$ 100 bilhões em suas contas até setembro

As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 100,4 bilhões na parcial deste ano, até o mês de setembro, informou Tesouro Nacional nesta quinta-feira (30).

🔎 O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo. Se as receitas excedem as despesas, o resultado é um superávit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.

O resultado representa uma melhora em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um resultado negativo de R$ 108,7 bilhões (corrigido pela inflação).

Esse foi o pior resultado, para este período, desde 2022, quando foi registrado um superávit de R$ 37,7 bilhões nas contas do governo.

Economistas alertam que excesso de gastos fora da meta compromete credibilidade das contas públicas

📈 Nos nove primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3,5% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 1,68 trilhão.

📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 1,78 trilhão de janeiro a setembro deste ano, com uma alta real de 2,8% no período.

Meta fiscal

O resultado até setembro deste ano está distante da meta fiscal deste ano, que é de zerar o déficit nas contas do governo.

➡️Pelas regras do arcabouço fiscal, entretanto, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões. Essa é uma banda existente em relação ao objetivo central.

➡️Para fins de cumprimento da meta fiscal, também poderão ser excluídos outros R$ 43,3 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.

➡️Na prática, portanto, o governo poderá registrar um resultado negativo de até R$ 74,3 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida. O Tesouro Nacional estima, para este ano, um resultado negativo de R$ 73,5 bilhões em 2025 (no limite do autorizado).

➡️A autorização para realização de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções, é uma crítica constante de analistas ao regramento adotado para as contas públicas. A percepção é que isso dificulta o equilibrio fiscal.

Mês de setembro

Somente em setembro deste ano, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 14,5 bilhões, de acordo com os dados oficiais.

O resultado representa uma piora em comparação com setembro do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 5,43 bilhões (corrigido pela inflação).

Esse foi o pior resultado, para meses de setembro, desde 2020, quando, por conta de despesas extraordinárias da Covid-19, o rombo fiscal somou R$ 104 bilhões.

📈 Os números mostram que a receita líquida (após transferências aos estados e municípios) subiu 0,6% em termos reais em setembro, atingindo R$ 172,3 bilhões - impulsionada pela arrecadação recorde no período (que contou com a alta do IOF).

📈 Ao mesmo tempo, também foi registrado aumento de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024. As despesas totais somaram R$ 186,8 bilhões em setembro, com uma alta real de 5,7%.

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