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Conheça projeto do AP que ganhou o Prêmio LED 2025 por impacto social na educação nas periferias


Projeto da rede pública do Amapá ganha Prêmio LED 2025 por impacto social na educação

O projeto Oásis, criado em 2022 por Felipe Rodrigues e Fabrina Carvalho, ex-alunos do Instituto Federal do Amapá (Ifap) campus Santana, foi um dos vencedores do Prêmio LED 2025, promovido pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho. A iniciativa reconhece práticas inovadoras na educação. Os premiados recebem R$ 200 mil. 

O Oásis busca promover o empoderamento e o fortalecimento de jovens da periferia do Amapá por meio da educação. A iniciativa aplica mentorias em escolas públicas e atende jovens de 13 a 20 anos que frequentam o Ensino Fundamental, Anos Finais ou o Ensino Médio.

Fabrina destaca que o projeto nasceu do questionamento do porquê dos alunos de escolas públicas não ocuparem espaços nas universidades internacionais. 

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Os jovens de 21 anos queriam mostrar que, apesar da vulnerabilidade social, esses estudantes tinham a oportunidade de mudar o futuro com a educação. 

"A gente estava no segundo ano aqui no Instituto Federal e, na verdade, o projeto nasceu de um incômodo. Não que estivéssemos infelizes, mas sentíamos uma inquietação. Muitos jovens, inclusive nós, não tinham acesso a oportunidades — atividades dentro e fora do Estado, experiências que ampliam horizontes. Num bate-papo, começamos a refletir sobre isso e percebemos: por que não fazer algo a respeito? Afinal, aqui no Instituto a gente tem apoio e incentivo à pesquisa, então resolvemos transformar essa inquietação em ação”, disse Fabrina. 

Felipe Rodrigues e Fabrina Carvalho, ex-alunos do Ifap Campus Santana

Mariana Ferreira/g1

As atividades do Oásis são realizadas de maneira bimestral e atualmente ele funciona também como um projeto de extensão no Ifap. Escolas como a Prof José Ribamar Pestana e Prof Elizabeth Picanco Esteves, ambas em Santana, já receberam ações do projeto.  

"A gente aplica um sistema de mentorias dentro do Oásis, indo até escolas de bairros marginalizados aqui do Amapá. Lá, colocamos em prática nossa metodologia, abordando temas como iniciação científica, protagonismo jovem, autoconhecimento e acesso a oportunidades. Nosso objetivo é mostrar para esses alunos que eles podem ir além — desenvolvendo projetos dentro da própria instituição onde estudam e atuam”, descreveu Fabrina. 

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Ação do projeto Oásis no Amapá

Projeto Oásis/Arquivo pessoal

Prêmio Led 

Felipe brinca que a inscrição no prêmio foi feita de maneira ‘despretensiosa’, apesar de acreditar no potencial do projeto, a aprovação em cada fase do Prêmio foi motivo de surpresa. 

"Quando a gente viu o edital pela primeira vez, percebemos que eles estavam buscando projetos pequenos, que ainda não tinham um grande impacto, mas que mostravam potencial e uma metodologia sólida. E era exatamente isso que a gente tinha. Foi incrível receber todo o suporte que eles ofereceram: tivemos um apoio de 200 mil reais, além de vários outros incentivos. A gente não esperava”, disse. 

A ideia do Prêmio Led é incentivar a disseminação de práticas transformadoras na educação. Podem participar educadores, estudantes, empreendedores e organizações.

Felipe representou o projeto na premiação

Prêmio Led/Divulgação

Visita ao Ifap

Nesta sexta-feira (12) os estudantes retornaram ao Instituto para uma visita e bate-papo com os alunos da instituição. A coordenação organizou o momento como uma forma de incentivar as próximas gerações. 

"Eles são uma fonte de inspiração para os nossos alunos, e esse momento serve para que outros colegas também se motivem e, quem sabe, criem novos projetos. Nosso desejo é que a população e os estudantes de Santana enxerguem o Ifap como uma porta de entrada para o futuro — esse espaço pertence a eles." afirmou Karine Campos, diretora geral do Ifap Santana. 

Durante o encontro, Felipe, que hoje estuda Ciência Política na Universidade de Stanford (EUA), falou sobre sua trajetória e destacou o Oásis como um símbolo de representatividade. 

"O Oásis representa, pra mim, resistência. Uma resistência que nasce de mim, da Fabrina, e de tantos jovens amapaenses que sonham, mesmo sendo constantemente invisibilizados aqui na Amazônia”, disse. 

As inscrições para o Prêmio Led 2026 encerraram nesta quarta-feira (10).

Bate-papo com os criadores do projeto Oásis

Mariana Ferreira/g1

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