Corpo de jovem que morreu em clínica de estética é enterrado no Rio
O corpo da jovem Marilha Menezes Antunes, que tinha 28 anos, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (10) no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Ela morreu na clínica Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste, depois de um procedimento estético.
A irmã, que estava na clínica na hora da morte e viu o médico tentando reanimá-la, precisou ser amparada durante a despedida.
"Ela pesquisou, foi realizar esse sonho, ela se programou para esse procedimento. Ela era mãe de um menino de 6 anos, que está desolado. A família está dilacerada. Eu levei minha irmã para realizar um sonho e ela morreu", desabafa Lea Carolina.
O caso foi na segunda-feira (8) e é investigado pela Polícia Civil. Duas gerentes foram presas nesta quarta (10) depois que policiais encontraram diversos remédios vencidos no centro cirúrgico, na farmácia da clínica e no carrinho de parada cardíaca, que estava no local onde a jovem morreu. Horas depois, elas pagaram fiança e foram soltas. A clínica foi interditada.
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) informou que abriu uma sindicância para investigar a morte da jovem.
Familiares da jovem afirmam que a clínica não contava com equipamentos adequados para casos de emergência e acusam a equipe médica de negligência. A unidade de saúde nega (veja nota abaixo).
“Perguntei se alguém estava passando mal, mas ninguém respondia. Subi ao centro cirúrgico e vi o médico tentando reanimar minha irmã. Questionei o que ele precisava e ele disse que era oxigênio", contou a irmã.
"Liguei para o Samu e, em seguida, a Polícia Militar, porque o médico não explicava o que havia acontecido. Foram 90 minutos tentando reanimar a minha irmã”, acrescentou.
O pai da jovem e a irmã vão prestar depoimento na próxima segunda-feira (15).
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Marilha Menezes Antunes era técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea
Divulgação
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Parte do procedimento de tentativa de reanimação foi gravado por Lea Carolina.
O Samu informou que foi acionado às 18h13 para atender a ocorrência no hospital. Apesar das manobras, Marilha não resistiu.
“Minha irmã era vida. Levei ela para realizar um sonho e ela morreu”, lamentou Lea.
Lipoaspiração com enxerto nos glúteos
Marilha Menezes tinha 28 anos
Reprodução/TV Globo
Marilha Menezes teria passado por uma lipoaspiração com enxerto nos glúteos. Familiares afirmam que ela era saudável e havia feito todos os exames exigidos para o procedimento. O procedimento teria custado aproximadamente R$ 5 mil.
O laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML) de Campo Grande aponta que a morte da jovem foi motivada por uma "ação perfuro contundente" no rim e hemorragia interna.
Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
A clínica Amacor informou que o centro cirúrgico conta com todos os equipamentos necessários para emergências cardiovasculares e respiratórias, como desfibrilador bifásico e carrinho de parada cardiorrespiratória completo, e que as manobras de ressuscitação foram iniciadas imediatamente, conforme os protocolos do Advanced Cardiac Life Support (ACLS).
Além disso,, a clínica disse que "lamenta profundamente o ocorrido e está colaborando integralmente com as autoridades competentes. Em respeito às investigações em andamento e à privacidade dos envolvidos, não iremos comentar os detalhes do caso neste momento."
O médico José Emílio Brito, responsável pela cirurgia, lamentou a morte da Marilha e informou que o procedimento cirúrgico foi realizado em ambiente hospitalar adequado e com observância de todos os protocolos clínicos e de segurança. Além disso, afirmou que a equipe médica adotou todas as medidas cabíveis diante da situação apresentada, incluindo manobras de reanimação, administração de medicamentos adequados, desfibrilação elétrica, intubação e acionamento imediato do Samu.
Mas, segundo o médico, infelizmente não foi possível reverter o quadro apresentado pela paciente. O médico disse que está disponível para as autoridades.
A clínica não retornou sobre os medicamentos vencidos encontrados pela polícia.
Marilha Menezes tinha 28 anos
Reprodução/TV Globo