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Corpos de mulheres encontradas mortas em Ilhéus não tinham sinais de violência sexual, afirma delegado


Polícia revela que corpos de mulheres mortas em Ilhéus não tem sinais de violência sexual

A Polícia Civil (PC) revelou que os corpos das três mulheres encontradas mortas em Ilhéus, no sul da Bahia, não tinham sinais de violência sexual. O delegado responsável pelo caso, Helder Carvalhal, detalhou que ainda aguarda a liberação dos laudos periciais, mas adiantou que essa informação já foi apontada pelo perito e legista.

"A Polícia Civil aguarda ainda a entrega dos laudos periciais que foram realizados, tanto o laudo de necropsia, quando o de local de crime. Mas em contato com a perita criminal que realizou a perícia de local e o médico legista, já podemos afirmar que não há sinais de violência sexual nos corpos das vítimas. Isso é um elemento muito importante para a investigação", detalhou o titular da Delegacia de Homicídios de Ilhéus.

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Ele afirmou ainda que novas perícias foram realizadas no local do crime e outros materiais foram encontrados. Também foram coletados, no dia seguinte ao ocorrido, elementos que podem ser futuramente utilizados para a realização de perícias genéticas de confrontação com possíveis suspeitos.

Ainda segundo o delegado, familiares, amigos e outras pessoas próximas das vítimas já foram ouvidas. Imagens de câmeras de segurança foram coletadas e captaram grande parte da movimentação das mulheres antes do ocorrido. Ainda assim, o local exato dos homicídios segue um "ponto cego".

"Conseguimos ouvir pessoas que são vistas nessas imagens de câmera de segurança caminhando próximo às vítimas nos momentos antes da ocorrência do crime", complementou Helder, que enfatizou o compromisso da PC em investigar o caso. Até a última atualização desta reportagem, ninguém foi preso.

Quem tiver informações a respeito pode entrar em contato com o Disque Denúncia da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) por meio do número 181. O sigilo é garantido.

Em busca da arma do crime

Polícia Técnica vasculha área de mata onde corpos de mulheres foram achados na Bahia

Peritos do Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT) voltaram ao local onde três mulheres foram encontradas mortas, em Ilhéus, no sul da Bahia, na tentativa de encontrar a arma do crime e outros elementos que possam auxiliar nas investigações.

Na terça-feira (19), os profissionais vasculham a área de mata, com o apoio da Prefeitura de Ilhéus e da Polícia Militar. As vítimas foram identificadas como Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, 41, e Mariana Bastos da Silva, 20.

Elas estavam desaparecidas desde o final da tarde de sexta-feira (15), após saírem para passear com um cachorro na Praia dos Milionários, uma das mais famosas da região. Os corpos foram encontrados na tarde de sábado (16).

Ainda não há informações sobre a autoria, nem sobre a motivação do crime.

Polícia Técnica vasculha área de mata onde corpos de mulheres foram achados na Bahia em busca de arma do crime

TV Santa Cruz

Câmeras de segurança instaladas na região registraram o momento em que o grupo passou caminhando com o cachorro na areia. (Assista ao vídeo abaixo)

Os corpos de Maria Helena e da filha, Mariana, foram velados em uma igreja evangélica na cidade de Aurelino Leal e enterrados no cemitério da cidade às 14h de domingo. Já o velório de Alexsandra Oliveira foi velado em Ilhéus e sepultado em Vitória da Conquista.

Mulheres são encontradas mortas após saírem para passear com cachorro em Ilhéus

Cachorro encontrado vivo amarrado em árvore

O cachorro de uma das mulheres foi encontrado com vida, amarrado em uma árvore, ao lado dos três corpos.

No dia em que desapareceram, as três mulheres foram flagradas caminhando na areia com o cão, que era de Mariana. Após não voltarem para casa, os familiares passaram a divulgar fotos nas redes sociais e registraram boletim de ocorrência na manhã de sábado (16).

Os corpos foram encontrados com marcas de facadas, em uma área de vegetação na parte de trás de um clube, na orla da cidade. O local fica a cerca de 3 km de onde as vítimas foram filmadas caminhando com o cachorro.

Tutora do animal e outras duas mulheres foram mortas enquanto passeavam com ele em praia na Bahia

Redes sociais

Imagens de câmeras de segurança de pelo menos 15 estabelecimentos próximos ao local onde elas foram encontradas serão analisadas durante a investigação, segundo a Polícia Civil.

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Vítimas eram colegas de trabalho

Alexsandra Oliveira Suzart e Maria Helena do Nascimento Bastos eram vizinhas, amigas e colegas de trabalho. Elas atuavam no atendimento profissional especializado no Centro de Referência à Inclusão, uma unidade da rede municipal de ensino.

Segundo os colegas, as professoras eram dedicadas ao trabalho e queridas pelos pais dos alunos.

Além disso, Alexsandra, Maria Helena e Mariana frequentavam igrejas batistas em Ilhéus. Nas redes sociais, elas compartilhavam fotos de encontros e jantares.

Alexsandra, Mariana e Maria Helena foram achadas mortas após saírem para passear com cachorro na Bahia

Reprodução/Redes Sociais

O caso gerou forte comoção em Ilhéus, um dos principais destinos turísticos da Bahia, famosa pelas praias, pela plantação de cacau e por ser detalhada nas obras do escritor Jorge Amado.

Na tarde de domingo (17), dezenas de mulheres vestidas de branco caminharam pela BA-001, perto da praia onde as três foram encontradas mortas, para pedir justiça.

Na segunda-feira (18), houve novo protesto, nas imediações do Aeroporto Jorge Amado. Os grupo cantou louvores evangélicos e pediu celeridade nas investigações.

"A [Secretaria de] Segurança Pública precisa tomar uma providência. Nós não temos policiamento adequado e a gente está sendo injustiçada. Estamos aqui para clamar por justiça por essas mulheres. Minha família foi vítima de violência doméstica e isso não pode continuar", disse Kadja Barroso, uma das manifestantes.

Nos dois atos, participantes levaram cartazes com frases como "Parem de nos matar", "Calaram três de nós". As mobilizações foram pacíficas e contaram com a presença de policiais militares.

Comunidade vai para as ruas após morte de mulheres, em Ilhéus

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