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Defensoria Pública alerta para risco de colapso na saúde de Campo Grande e cobra resposta urgente da prefeitura


Defensoria alerta sobre desabastecimento generalizado de medicamentos e insumos básicos em Campo Grande

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A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul emitiu um alerta sobre o risco de colapso na rede pública de saúde de Campo Grande. Segundo a instituição, há desabastecimento generalizado de medicamentos e insumos básicos nas unidades da Capital — situação considerada “grave e emergencial” pela coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz.

De acordo com o levantamento do NAS, faltam medicamentos e materiais essenciais tanto na atenção primária quanto nas unidades de urgência e emergência.

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“O aumento expressivo na busca por medicamentos, muitos deles de atenção básica que não são de alto custo, evidencia que a rede pública não está conseguindo dar conta das demandas essenciais da população. As unidades de pronto atendimento e os Centros Regionais de Saúde estão completamente desabastecidos de insumos básicos, medicamentos e materiais necessários para assistência”, afirmou a defensora.

Falta de adrenalina no Samu preocupa

Um dos pontos mais críticos identificados pela Defensoria é o possível desabastecimento de adrenalina, medicamento indispensável para ocorrências graves atendidas pelo Samu.

Conforme denúncias recebidas e verificações iniciais, o município não teria estoque suficiente para o fim do ano — o que, segundo a Defensoria, coloca toda a população em risco.

“A falta desse insumo é extremamente preocupante, especialmente em um período reconhecido pelo aumento de casos de infartos e outras intercorrências cardíacas. Toda a população está vulnerável: desde usuários do SUS até autoridades e integrantes do poder público. Isso indica possíveis mortes evitáveis”, alertou a coordenadora.

Diante da gravidade da situação, a Defensoria Pública enviou ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e a órgãos de vigilância sanitária cobrando:

informações sobre o planejamento do município para enfrentar o desabastecimento;

apresentação de um plano de contingência.

A gestão municipal recebeu prazo de 24 horas para responder.

“Não se trata de construir agora um planejamento novo. Um plano já deveria existir, pois a aquisição de medicamentos não ocorre da noite para o dia. Basta informar. ”, ressaltou a defensora.

Caso a resposta não seja apresentada ou seja considerada insuficiente, a instituição afirma que poderá adotar medidas jurídicas emergenciais, inclusive acionar o Ministério Público.

A Defensoria também abriu procedimento administrativo para acompanhar a situação e informou que todas as ações serão publicadas oficialmente.

Eni destacou ainda um aumento significativo na taxa de ocupação hospitalar, o que, segundo ela, reforça o esgotamento da rede básica.

“Quando a atenção básica não funciona, o sistema inteiro sofre. E é isso que estamos constatando”, disse.

O que diz a Prefeitura de Campo Grande

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) contestou as informações e afirmou que o abastecimento de adrenalina está regular tanto nas unidades 24 horas quanto no Samu.

A pasta informou ainda que:

cerca de 60 novos empenhos de medicamentos foram emitidos nos últimos dias;

os investimentos ultrapassam R$ 5 milhões;

aproximadamente 32 milhões de unidades entre comprimidos, frascos e ampolas estão com entrega em andamento para suprir toda a rede;

o Comitê Gestor da Saúde tem feito reorganização interna, revisões de contratos e implantação de sistemas de controle, como o e-SUS Farmácia.

A Sesau afirma que atua de forma responsável para garantir a regularização do fornecimento e que presta informações aos órgãos de controle de maneira “transparente e técnica”.

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