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Defesa pede liberdade a preso com 103 kg de ouro e diz que ele sustenta esposa blogueira 'desempregada'


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A defesa do empresário Bruno Mendes de Jesus, preso com 103 kg de ouro em Boa Vista, entrou nesta quarta-feira (6) com um pedido de liberdade, alegando que ele é responsável pelo sustento da esposa blogueira, que está desempregada, e do filho, um bebê de 9 meses.

O pedido de habeas corpus deve ser analisado pelo desembargador Marcus Bastos, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Bruno de Jesus teve a prisão preventiva decretada na audiência de custódia por não colaborar com a Justiça e em razão da alta quantidade de ouro que portava.

Bruno de Jesus é marido da blogueira Suzy Alencar, que estava com ele no dia prisão. Ele dirigia uma Hilux quando foi parado pela Polícia Rodoviária Federal. Na caminhonete, foram encontradas barras de ouro avaliadas em R$ 61 milhões.

No recurso, a defesa criticou o motivo da prisão e disse que a medida foi baseada na "expressiva quantidade de ouro e no valor estimado da carga". No entendimento do advogado de Bruno, isso não apresenta "risco concreto à ordem pública" e sustentou que a prisão preventiva foi usada como "antecipação de pena", sem "resistência, tentativa de fuga ou ameaça" do investigado.

A defesa de Bruno, no entanto, não mencionou a origem nem o destino do ouro — informações que também não foram fornecidas pelo investigado. Além disso, citou que ordem de prisão preventiva foi "teratológica [exagerada]".

"O paciente é responsável pelo sustento de sua esposa (desempregada) e de seu filho menor (9 meses de idade), não havendo nos autos nenhum indicativo de ligação com organização criminosa ou de reiteração delitiva. Colaborou de forma respeitosa com as autoridades, exercendo seu direito constitucional ao silêncio", cita trecho do pedido de liberdade.

Para sustentar o argumento, a defesa utilizou um caso de 2024, em que foi concedida liberdade a um homem preso em flagrante por fazer o transporte de pessoas com 47g e 10g de ouro na área de garimpo ilegal -- muito inferior aos 103 kg apreendidos com Bruno.

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Prisão em flagrante

Bruno Mendes dirigia a uma Hilux ano 2024, quando foi parado pela PRF na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401, por volta de meio-dia. No veículo também estavam a esposa e o filho do casal, um bebê de 9 meses.

Agentes suspeitaram de inconsistências na documentação apresentada por Bruno e decidiram fazer uma busca mais detalhada. Foi então que localizaram as barras de ouro escondidas parte no painel e em outros compartimentos do carro. Ele trabalha com construção civil e "grandes obras", segundo a PRF.

Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, foi levado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, o maior presídio de Roraima

Reprodução e Caíque Rodrigues/g1 RR

Levado à Polícia Federal, Bruno ficou calado. Natural de Rondônia, ele tem uma empresa varejista de artigos de vestuário e acessórios.

Quando foi abordado pela PRF, disse ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma construção, mas não soube informar o nome ou o endereço da obra que seria fiscalizada. Ao chegar à PF, não disse mais nada. Ele foi acompanhado por dois advogados desde o momento da abordagem até o procedimento na polícia.

A defesa de Bruno informou em nota que ele é um "trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência".

Na audiência de custódia, nesta terça-feira (5), o juiz autorizou a quebra de sigilo telefônico de Bruno. Com isso, a PF terá acesso aos dados do celular e deve aprofundar as investigações. Além disso, o ouro deve passar por perícia e análises que determinam a origem. O caso tramita na 4ª Vara Federal Criminal em Roraima.

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