Copasa diz que água com cheiro e gosto de mofo está própria para o consumo
Após reclamações de clientes da Copasa sobre gosto e forte cheiro de mofo na água, o diretor de Operações da companhia, Guilherme Frasson, afirmou que a água é saudável e própria para consumo. O diretor também provou a água, em entrevista ao vivo nesta segunda-feira (25) para comprovar sua afirmação. No entanto, segundo ele, o órgão vai "intensificar análises" com "componentes específicos".
Entre os dias 4 e 18 de agosto, foram registrados 328 atendimentos motivados por reclamações em diversos bairros da capital referentes ao gosto e ao sabor da água. Há relatos, inclusive, de atendimento médico hospitalar por mal-estar após o consumo.
Na entrevista desta segunda à TV Globo, o diretor Guilherme Frasson afirmou, ainda, que os casos relatados são "muito específicos", e que os testes de qualidade não apontaram más condições nos parâmetros da água.
"É uma coisa bem difusa, muito específica. Pra se ter ideia, agora no fim de semana nós tivemos duas situações, estivemos no local. Em termos físico-químicos de qualidade de água, a nossa água é super confiável, muito saudável. Não há o que se falar, mas tem características que é de cada cliente, é muito específico", disse.
Segundo Frasson, apesar das testagens não apresentarem falhas, a Copasa aumentou a intensidade das análises nos reservatórios que abastecem Belo Horizonte, e afirmou que as investigações são feitas também por degustação.
“Tem algumas características que são de cada cliente. É muito específico. Então, nesse sentido, a gente está intensificando as nossas análises com componentes específicos para aprimorar um pouco mais”, afirma.
"As análises são a nível de degustação, e é específica de cada um. Nossa água é de excelente qualidade, temos um laboratório que garante mais de 130 parametros exigidos pelo Ministério da Saúde."
Guilherme Frasson, Diretor de operações da Copasa
Reprodução/TV Globo
Reclamações
Após queixas dos clientes, a Copasa iniciou em 14 de agosto a aplicação de carvão ativado em pó na estação de tratamento do Sistema Rio das Velhas. O produto age como filtro adicional para remover compostos que causam gosto e odor. O órgão nega que haja risco à saúde.
O caso vem sendo investigado pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG). O órgão instaurou processo de fiscalização e solicitou informações detalhadas à Copasa.
De acordo com a Copasa e a própria Arsae, a água está própria para o consumo e os requisitos na prestação de serviço foram cumpridos.
Moradores reclamam de água com cheiro de mofo
O que apontaram os testes
De acordo com os dados enviados, os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos estão dentro dos limites legais. Também foram apresentados dados de monitoramento da água bruta do Rio das Velhas, com concentrações de cianobactérias abaixo do limite que exige análises adicionais.
Ensaios de gosto e odor realizados em julho, na saída do Sistema de Produção de Água Tratada do Rio das Velhas, não apontaram alterações.
A Arsae também solicitou os resultados do monitoramento da água bruta referentes a agosto. A agência continuará acompanhando o caso até que as causas sejam esclarecidas e as ações comprovadamente eficazes.
Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio das Velhas
Divulgação/Copasa
Vídeos mais vistos no g1 Minas: