Líder comunitária foi assassinada por não concordar com extorsões do tráfico de drogas, apontam investigações. As investigações revelaram que Gabriel da Silva Alves, conhecido como GB, Biel ou Cocão, foi quem deu a ordem para o crime. Líder comunitária foi assassinada por não concordar com extorsões do tráfico de drogas, apontam investigações
A polícia concluiu o inquérito sobre o assassinato da líder comunitária Frauzinete Soares, morta a tiros em um salão de festas em Vargem Grande, em fevereiro. Segundo as investigações, Frauzinete foi assassinada por não concordar com as extorsões do tráfico de drogas na região.
Mensagens obtidas pela polícia na investigação mostram um dos suspeitos do crime avisando o chefe do tráfico na região que iria matar a líder comunitária.
Frauzinete Soares da Silva, vice-presidente da Associação da Comunidade de Palmares por mais de 20 anos, foi morta em um crime que é mais um capítulo da disputa de territórios entre o Terceiro Comando Puro e o Comando Vermelho na região.
O crime ocorreu em fevereiro deste ano. A vítima estava saindo de um salão de festas do qual era dona, quando os executores chegaram. Um deles desceu da moto e a levou para dentro do estabelecimento, onde disparou três vezes contra ela, causando sua morte imediata.
A rua onde tudo aconteceu é a Quilombo dos Palmares, localizada nas imediações das principais vias da região, como Estrada dos Bandeirantes, Benvindo de Novaes e Avenida das Américas.
De acordo com o inquérito, Frauzinete passou a ser assediada por bandidos do Terceiro Comando Puro desde o ano passado, quando a quadrilha tomou o controle das localidades à esquerda da Estrada Benvindo de Novaes, como Palmares, Canal, Pombo Sem Asa, Taboinha e Invasão, áreas anteriormente controladas pela milícia. Já a região à direita da Benvindo é explorada pelo Comando Vermelho, incluindo as localidades Fontela e Cesar Maia.
Conversas obtidas pela investigação mostram o volume de arrecadação do tráfico no local, com dez estabelecimentos listados em uma tela de celular, incluindo comércios variados como vendedor de quentinha, barbeiro, bolo, posto de saúde, churrasquinho, mecânico e pizzaria.
A Delegacia de Homicídios indiciou três pessoas pela morte de Frauzinete. Um dos acusados é Luiz Fernando dos Santos Pereira, conhecido como Negão, que foi preso por outro crime e, durante o depoimento, confessou à polícia a morte da líder comunitária. Ele revelou ainda que o filho da vítima também seria morto. Segundo Luiz Fernando, além de tirar Frauzinete do caminho do tráfico, o objetivo era ficar com os terrenos dela.
Em mensagens, suspeito de ordenar morte de líder comunitária e suspeito de execução falam sobre o crime
Reprodução
As investigações revelaram que Gabriel da Silva Alves, conhecido como GB, Biel ou Cocão, foi quem deu a ordem para o crime. Segundo as investigações, ele é o chefe da quadrilha na localidade.
No celular do executor, a polícia encontrou uma conversa onde Gabriel diz a Luiz Fernando: "Carta branca no Palmares. Tiver que quebrar ela só me dá um alô". Luiz Fernando responde: "Vou pegá ela, deixa comigo, vou pegar na boa".
Quatro dias antes do assassinato, Luiz Fernando informa a Gabriel: "Ela ainda não saiu de casa hoje. Tem um morador de olho nela".
O terceiro indiciado é Christian de Souza Ribeiro, o Kikito. Segundo a Delegacia de Homicídios, ele estava pilotando a moto que levou o executor ao local do crime. No histórico criminal de Christian, que tem 19 anos, constam duas acusações por homicídio na região, ocorridos quando ele ainda era menor, além da morte de Frauzinete. Já Gabriel, de 30 anos, é investigado por quatro assassinatos na região de Vargem Grande nos últimos três anos.