Venda de carne brasileira pros EUA caiu 80% em três meses

Um levantamento do governo federal sobre as exportações brasileiras mostrou que os Estados Unidos já vinham diminuindo a compra de carne, mas a situação se agravou muito depois da ameaça do tarifaço de Trump.

As empresas americanas Johanna Alimentos e Johanna Bebidas entraram com a ação judicial na última sexta-feira no Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos, em Nova York. Alegam que o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente Donald Trump no dia 9 de julho pode aumentar os custos anuais de importação da empresa em US$ 68 milhões – cerca de R$ 370 milhões. E elevar os preços do suco de laranja para o consumidor em até 25%. As duas empresas – grandes importadoras do Brasil – abastecem 75% de todo o mercado de suco de laranja não concentrado dos Estados Unidos.

Dados do Serviço de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos mostram que, mesmo sem a entrada em vigor do tarifaço, o suco de laranja em junho de 2025 já está 5,5% mais caro do que em junho de 2024.

A política de aumento de tarifas de Donald Trump, que taxou em 10% as exportações brasileiras, em abril, já afetou também a carne do Brasil para os Estados Unidos. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços mostram que, em abril, o Brasil exportou quase 48 mil toneladas de carne para os americanos.

Em maio, um depois de Trump imporum adicional de 10% sobre a carne brasileira, a venda caiu quase pela metade. Em junho, foram apenas 18 mil toneladas. E nos primeiros 21 dias de julho, pouco mais de 9 mil toneladas. Uma queda de 80% em três meses.

Exportação de carne brasileira para os EUA despenca 80% em três meses

Reprodução/TV Globo

E a incerteza é ainda maior com o destino de 30 mil toneladas de carne que foram enviadas para os Estados Unidos antes do dia 9 de julho. Os produtores brasileiros não sabem como vai ficar esse negócio de US$ 160 milhões, quase R$ 900 milhões, porque a carne vai chegar por lá depois do dia 1º agosto, quando está prevista a entrada em vigor da tarifa extra de 50%.

Depois da conversa de segunda-feira (21) com as big techs americanas, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, recebeu nesta terça-feira (22) representantes da Brascom, que reúne empresas brasileiras de tecnologia da informação, comunicação e tecnologias digitais para discutir os efeitos do tarifaço.

O presidente da confederação nacional da indústria também esteve mais uma vez com Alckmin.

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