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Famílias aguardam por indenização 6 anos após cratera engolir casas em Monte Belo


Moradores de Monte Belo aguardam há sete anos indenização da prefeitura

Seis anos após terem suas casas destruídas, duas famílias de Monte Belo (MG) ainda aguardam uma indenização. Os imóveis foram engolidos por uma cratera que se abriu em uma rua do bairro Santa Rita.

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No total, dez residências foram afetadas quando um buraco se abriu após chuvas, em março de 2019. Algumas ainda permanecem fechadas, com várias trincas e paredes quebradas, sem condições de serem habitadas.

Duas casas desmoronaram em Monte Belo após cratera se abrir em 2019

Reprodução EPTV

Joanice Augusta Rebelo conta que o pai nunca mais quis voltar ao lugar pelo desgosto de ver a casa destruída.

"Meu pai já não estava aqui mais, porque um dia ele acordou com o muro caindo e aí deu tempo ainda de sair. Tirou os móveis dele tudo com chuva, os moradores ajudaram. A prefeitura alugou uma casa e nós fomos para lá. Em outro dia, o povo começou a ligar falando que a casa do meu pai tinha caído", contou.

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A prefeitura fez obras no local, retirando os entulhos das casas e pavimentando o buraco, mas ainda não indenizou as famílias afetadas e parou de pagar o aluguel de outro imóvel para elas morarem.

"É direito. Para ver se meu pai compra uma casa para acabar a velhice dele no que é dele, porque aqui era dele. Trabalhou honestamente, está com 61 anos agora e ele quer o que é direito dele", diz Joanice.

Casa é engolida por buraco que se abriu em rua de Monte Belo

Reprodução EPTV

A outra casa que desabou era de Maria Natal da Silva, que não se conforma com a falta de informação sobre a situação.

"Agora está lá na justiça e a gente está esperando, né? Pergunta lá [na prefeitura], eles falam que vão pagar logo. Mas não decide", diz.

A advogada Camila Pineli Boneli de Souza, que representa cinco famílias afetadas pela cratera, explica que as duas famílias que perderam as casas já tiveram decisões favoráveis pelo pagamento da indenização, mas ainda cabe à Justiça definir os valores.

"Após essa homologação, esses valores vão para o município para que entrem em uma fila de precatórios, para que depois seja oferecido o pagamento a essas famílias. Existe todo um trâmite judicial que precisa acontecer", afirma.

As outras casas que tiveram danos também dependem da realização de uma perícia judicial para dimensionar o tamanho dos estragos.

A prefeitura de Monte Belo disse, por meio de nota, que os pagamentos dos casos que já tiveram condenações serão feitos conforme a ordem cronológica das requisições judiciais. Com relação a ter parado de pagar o aluguel das famílias, a prefeitura alegou que, conforme uma lei municipal, o benefício tem caráter emergencial e temporário.

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