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Governo confirma que fungo em fezes de aves e morcegos causou contaminação em hospital no ES


Contaminação misteriosa em hospital no ES é investigada por autoridades de saúde

O fungo Histoplasma, comum em fezes de aves (como pombos) e morcegos, causou a contaminação no Hospital Santa Rita, em Vitória, que levou à internação de quase 100 pessoas na ala oncológica. A informação foi confirmada em coletiva de imprensa pelo secretário Tyago Hoffman, na manhã desta segunda-feira (10).

"Nós concluimos a investigação sobre o surto e esse surto pode afirmar com certeza foi causada por Histoplasma. Já temos mais de 30 casos confirmados de amostras de pessoas que estavam entre os suspeitos" afirmou Hoffman.

A bactéria Burkholderia também foi encontrada nas amostras de duas pessoas, que estavam em estado grave.

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Nesta segunda-feira (10), Sesa atualizou informações sobre o surto de infecções no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória, Espírito Santo.

Alice Sousa

Na última segunda-feira (4), a Secretaria de Saúde já havia indicado que os laudos laboratoriais em alguns dos casos suspeitos confirmavam a infecção por Histoplasma, fungo que costuma estar presente em fezes de aves (como pombos) e morcegos.

De acordo com a última atualização, divulgada na noite do domingo (9), foram investigados 141 casos, sendo 33 confirmados.

*Essa reportagem está em atualização.

Hospital Santa Rita, Vitória, Espírito Santo.

Ricardo Medeiros/A Gazeta

Relembre a cronologia do caso

📅 13 de outubro (terça-feira): início dos sintomas

Profissionais da ala oncológica do Hospital Santa Rita começaram a apresentar sintomas gripais intensos, como febre alta, dor no corpo, dor de cabeça e dificuldade para respirar.

📅 17 a 19 de outubro (sexta a domingo): evolução dos casos

Entre o terceiro e o quarto dia de doença, os sintomas evoluíram para dor torácica, e os funcionários procuraram atendimento no hospital.

Foram realizados exames de imagens e o hospital notou semelhanças entre os padrões da tomografia, o que acendeu um alerta de que se tratava de algo diferente que acometia os profissionais.

📅 20 de outubro (segunda-feira): governo do estado é informado

Sesa tomou conhecimento do surto, às 7h. Logo em seguida, uma equipe da vigilância se deslocou para o hospital para que amostras fossem colhidas com o objetivo de identificar de onde o surto estaria vindo.

Neste dia, a informação confirmada era de 14 internados.

📅 22 de outubro (quarta-feira): amostras para análise

A ala oncológica foi isolada preventivamente, e pacientes foram transferidos para outros setores do hospital.

Sesa continuou a coleta de amostras de água, ar, roupas de cama e superfícies para análise.

📅 23 de outubro (quinta-feira): recomendações técnicas

Um ofício foi encaminhado pela Sesa com recomendações técnicas orientando profissionais da saúde sobre reforço nas medidas de segurança principalmente ao atender/internar funcionários do Hospital Santa Rita.

Hospital Santa Rita, em Vitória

Reprodução/ TV Gazeta

📅 24 de outubro (sexta-feira): Sesa confirma investigação

As internações dos profissionais de saúde afetados já ocorriam há mais de uma semana quando o caso se tornou público, no dia 24, com a confirmação da Sesa sobre uma investigação de contaminação biológica no Hospital Santa Rita.

A secretaria informou que as hipóteses mais prováveis envolvem bactéria ou fungo, com possível origem em sistemas de água ou ar-condicionado.

O secretário de Saúde, Tyago Hoffmann, afirmou que os sintomas se assemelham a pneumonia grave, mas ainda sem agente causador identificado.

Confirmação de que nenhum paciente oncológico está entre os contaminados.

📅 25 de outubro (sábado): sem transmissão entre contaminados

Até este momento, eram 26 casos de contaminação confirmados. A Sesa e o hospital reforçaram que não há transmissão interpessoal confirmada, ou seja, profissionais não passaram a doença para familiares, reforçando a hipóteses de causa ambiental.

A ala oncológica continuou isolada e o hospital manteve os atendimentos e cirurgias eletivas, embora alguns médicos tenham adiado procedimentos por precaução.

Outros hospitais como a unidade da Unimed Espírito Santo e o Vitória Apart tornam mais rígido o protocolo de prevenção de contaminação.

📅 26 de outubro (domingo): aumento de casos suspeitos

A Sesa informou que passou a investigar 12 novos casos suspeitos, incluindo pacientes e acompanhantes. Desses novos casos, duas pessoas estavam em UTI e dez em enfermarias.

O número total de funcionários infectados chega a 33.

A direção do hospital divulgou nota dizendo que “segue colaborando com as autoridades de saúde” e reforçou que os pacientes oncológicos permanecem estáveis.

📅 27 de outubro (segunda-feira): apuração de responsabilidade

Técnicos do Ministério da Saúde da equipe epidemiológica foram enviados para Vitória para acompanhar o caso em uma sala de situação montada no hospital. Os agentes vão enviar amostras dos infectados para laboratório de referência da Fiocruz no Rio de Janeiro, para pesquisa de agentes biológicos compatíveis com os sinais e sintomas dos pacientes.

Sesa informou que um, dos três centros cirúrgicos do Hospital Santa Rita, foi fechado.

A secretaria anunciou a abertura de uma apuração administrativa para identificar possíveis responsabilidades do hospital na contaminação.

Também determinou que o Hospital Santa Rita apresente relatórios sobre rotinas de higienização, manutenção dos sistemas de água e ar-condicionado, além de planos de contingência.

Amostras coletadas seguem em análise laboratorial para identificação do agente causador. O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, afirmou que boa parte dos vírus já foram eliminados, e as doenças Covid-19 e Influenza A e B foram descartadas.

Segundo o hospital, a situação segue sob monitoramento, e nenhum novo caso foi registrado desde o dia 22.

📅 28 de outubro (terça-feira): pacientes entre os suspeitos infectados

Número de casos suspeitos aumenta em 43%: sobem de 48 para 69.

O secretário de saúde explica que aumento considerável no número de notificações ocorreu após novos critérios adotados pelo Ministério da Saúde.

Os novos casos já existiam, mas foram notificados somente agora.

Mudança ocorreu após nova nota técnica ser divulgada e uma reclassificação de pacientes já internados ser realizada.

A Secretaria investigava 69 casos suspeitos: 46 funcionários, 8 pacientes, 9 acompanhantes e 6 sem informação.

Entre os internados, 5 estão na UTI, sendo um deles um paciente oncológico.

Ala oncológica segue isolada.

Nenhum novo caso desde 22 de outubro. O aumento do número de casos se dá pela mudança na forma em que os casos são notificados.

Agente causador ainda não identificado, mas hipótese ambiental é a mais provável.

Sesa apura responsabilidades do hospital e mantém acompanhamento diário.

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