
Memórias TVCA: inauguração da primeira antena recpetora de satélite da emissora, em Cuiabá
Em 1965, em Campo Grande, nascia a primeira torre de transmissão da TV Morena. No ano seguinte, Cuiabá ganharia a torre da TV Centro América, iniciando um marco na história da televisão regional. Mais do que estruturas físicas, essas torres se tornaram símbolos de inovação e conexão para milhares de telespectadores.
Esta reportagem faz parte da série do g1 em comemoração aos 60 anos da Rede Mato-grossense de Comunicação (RMC), que relembra grandes coberturas realizadas pela TV Centro América.
Para o gerente de tecnologia da RMC, Luiz Botelho, a construção das torres respondia a uma necessidade essencial da época, que continua refletindo até os dias atuais.
"Para TV aberta, a torre de transmissão é o elo físico entre a emissora e o público, sem ela a informação não sai do estúdio e não chega à casa do telespectador”, contou.
Antes da construção dessas torres, transmitir sinal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul era um desafio técnico enorme. Segundo Cícero Mariano, gerente de sustentabilidade da TV Centro América, a criação da infraestrutura de transmissão foi um feito pioneiro para a época.
"No início, o seu Ueze Zahran lutava muito para que a gente fosse fazendo uma forma de cabeamento dos grandes centros até Mato Grosso, que chegasse através de torres, uma torre em cada cidade ligando uma a outra”, disse.
Segundo ele, antes da construção das torres, a transmissão de sinal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul dependia de soluções complexas e demoradas, conectando grandes centros urbanos por meio de cabeamento extenso.
“Era algo muito complicado, que tinha que ter o consenso de todo mundo. Então, ele percebeu que talvez tivesse que inovar e se antecipar a construção de torres de recepção, que recebia e fazia uma transmissão via satélite. Ele deu um pulo grande na história, levando isso mais para frente”, ressaltou.
Evolução da 1ª torre da TV Morena, em Campo Grande, em 1965, até a atual torre da TV Centro América, em Cuiabá
Arquivo RMC/Abder Khan
A inauguração das torres trouxe não apenas avanço tecnológico, mas também despertou curiosidade e admiração da população. Além de cumprir a função essencial de transmitir sinal, elas passaram a levar as notícias do Brasil para os mato-grossenses, tornando-se marcos visuais da cidade e símbolos de modernidade e inovação para a comunidade.
"Desde que a torre começou a existir e a operar, além dela de certa forma representar uma evolução tecnológica para a cidade, ela acabou virando um ponto turístico, como é até hoje. A torre da Centro América sempre foi uma atração, independente do tamanho que ela tivesse”, comentou o gerente.
Mais do que infraestrutura, as torres da RMC também se tornaram instrumentos de engajamento com a comunidade, iluminando-se em cores diferentes ao longo do ano em campanhas de conscientização. Além disso, Cícero conta a forma que essa tecnologia e a sustentabilidade andam lado a lado.
"É uma tecnologia programada com iluminação de LED totalmente sustentável, de maneira programada, porque isso é uma programação da coloração das lâmpadas que iluminam a torre e é feita por um conjunto de pessoas que mantém o padrão, tanto em Cuiabá quanto em Campo Grande”, concluiu.
A primeira antena de recepção de satélite, com apenas 7 metros de diâmetro, marcou um ponto de virada para a rede, recebendo os sinais da Globo e transmitindo-os para o canal 4 em Cuiabá. Para Luiz Botelho, a evolução tecnológica foi impressionante, já que hoje a torre de Cuiabá alcança 120 metros.
Hoje, as torres em Cuiabá e Campo Grande continuam como testemunhos de inovação tecnológica e de integração com a comunidade, simbolizando os 60 anos da RMC como uma rede pioneira no Centro-Oeste brasileiro.
Confira imagens da construção da torre e a evolução até os dias atuais

