Tarifaço dos EUA obriga fábricas que processam madeira reflorestada a dar férias no PR
No Paraná, fábricas que processam madeira de reflorestamento deram férias coletivas.
Há 35 anos, a empresa da família do empresário Diego Nascimento compra toras de reflorestamento e corta para revender. Com o anúncio da sobretaxa americana, reduziu a produção em 70%.
"O compromisso que a gente tem de gerar emprego... então, essa notícia foi muito impactante".
Cerca de 400 mil pessoas trabalham direta ou indiretamente no setor madeireiro, no Paraná. Segundo o setor, todas devem ser impactadas pelo tarifaço. Em Jaguariaíva, por exemplo, a indústria madeireira representa 60% da economia da cidade.
O estado tem mais de 700 mil hectares plantados com pinus. A construção civil americana usa essa madeira de reflorestamento em molduras, portas, compensados e móveis.
As fábricas no Paraná deram férias coletivas. E o receio chegou a outros setores.
"Você trabalha hoje, está de férias coletivas, você não vai gastar no comércio, você vai adiar teu financiamento", afirma Marcos José Legat, secretário de Indústria e Comércio de Jaguariaíva/PR.
Na loja em que Talita Guimarães, operadora de caixa, trabalha, as vendas caíram 25% nas últimas duas semanas.
"As pessoas explicam que estão preocupadas em como que vão fazer para pagar, eles não sabem se vão ter um emprego, um salário fixo para o mês que vem."
A madeira é o principal produto de exportação do Paraná para os Estados Unidos. A venda no ano passado foi de 614 milhões de dólares. Bituruna é outra cidade que depende do setor madeireiro.
Tarifaço dos EUA obriga fábricas que processam madeira reflorestada a dar férias no PR
"Mais de 80% do que flui aqui, pode ser interrompido do dia pra noite. Então, é catastrófico. Catastrófico", diz Rodrigo Rossoni (PSDB), prefeito de Bituruna.
Tarifaço dos EUA obriga fábricas que processam madeira reflorestada a dar férias no PR
Reprodução/TV Globo