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'Me perguntam se temo pela minha vida': em esconderijo, vencedora do Nobel da Paz falou sobre liberdade da Venezuela ao Fantástico

Exclusivo: líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, fala ao Fantástico

Recém anunciada vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, María Corina Machado deu uma entrevista exclusiva ao Fantástico em agosto do ano passado, logo após as eleições presidenciais venezuelanas que anunciaram a reeleição de Nicolás Maduro, resultado contestado por observadores internacionais.

“Muito obrigada pela oportunidade de falar com o povo do Brasil”, disse Machado no início da entrevista. “O que estamos vivendo nessas horas cruciais vai determinar o futuro não só de milhões de venezuelanos, mas também da estabilidade política da região.”

A fala se referia ao clima de tensão que tomou conta do país desde a madrugada de domingo para segunda, quando o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo governo, divulgou um resultado considerado improvável por analistas, que apontavam a vitória do opositor Edmundo González Urrutia.

"Tivemos uma estrutura cidadã nunca vista, com mais de 1 milhão de voluntários para que fôssemos recebendo um a um os boletins oficiais”, relatou em entrevista ao Fantástico. “Podemos anunciar que Edmundo González foi eleito com uma margem enorme. Essas informações estão disponíveis para o mundo inteiro.”

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Logo após o anúncio oficial da reeleição de Nicolás Maduro, a Venezuela foi tomada por manifestações. Na época, a venezuelana participou de uma grande manifestação em Caracas, no mesmo dia em que Maduro negava fraude eleitoral, e precisou se esconder logo depois.

Corina Machado foi impedida de concorrer nas eleições presidenciais da Venezuela em 2024 pelo Judiciário do país, aliado do presidente e ditador Nicolás Maduro.

Questionada sobre os riscos de permanecer na Venezuela, Machado reconheceu o perigo, mas disse que não pretendia recuar. “Me perguntam se eu temo pela minha vida. Claro que todos tememos. Mas este é o momento em que temos de nos manter erguidos”, afirmou, de um local mantido em sigilo após ter recebido ordem de captura.

Ela também agradeceu o posicionamento de governos latino-americanos que pediram transparência na apuração.

“Agradeço a posição nítida do governo do Brasil e do presidente Lula ao exigir que se divulguem os boletins um a um.”

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