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Morre 'Seu Ficão', lenda das corridas de rua, aos 86 anos em Itapetininga


Francisco, conhecido como Ficão, morre aos 86 anos em Itapetininga

Pâmela Beker/g1

O ex-atleta Francisco Geraldo da Silva, conhecido na região de Itapetininga (SP) como "Seu Ficão", morreu aos 86 anos nesta quinta-feira (14). A notícia foi confirmada por seu filho, Djalma Lúcio Monti da Silva. Por mais de cinco décadas, "Ficão" dedicou sua vida a esportes, tornando-se uma figura respeitada na corrida de rua e no futebol local.

Em entrevista ao g1 no último Dia dos Pais, Francisco e seu filho, Djalma, compartilharam a paixão pela corrida de rua e o legado do esporte. Na ocasião, Djalma destacou que o pai era uma "referência" no meio esportivo.

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Nas redes sociais, a morte de Francisco foi lamentada por diversos atletas e grupos de corrida. O tradicional grupo Loucos por Corrida, do Esporte Clube XV de Novembro, publicou uma mensagem de luto, e outras homenagens foram compartilhadas por familiares e amigos.

O corpo de Francisco Geraldo da Silva está sendo velado no Memorial Antônio Ferreira de Camargo, no Centro de Itapetininga. O sepultamento será as 16h30, no Cemitério Jardim Colina da Paz.

A paixão por corridas de rua foi transmitida de pai para filho em Itapetininga (SP)

Dedicação ao esporte

A paixão de Francisco Geraldo da Silva pelo esporte começou no futebol de Itapetininga, onde também ganhou o apelido de "Ficão". Sua trajetória nas corridas de rua, no entanto, é a mais marcante: ele começou aos 16 anos e se aposentou aos 80, após uma artrose no joelho esquerdo.

Ao longo de sua carreira, "Ficão" participou de diversas competições, incluindo 34 edições da Corrida Internacional de São Silvestre, na capital paulista, e provas em várias cidades da região, como Tatuí, Avaré, Sorocaba, São Miguel Arcanjo, São Roque, Santos, Bauru e Barra Bonita.

Mesmo trabalhando como pintor e na construção civil, longe do mundo esportivo, sua dedicação o levou a ser reconhecido em Itapetininga. Em uma entrevista, ele atribuiu seu sucesso à disciplina, afirmando que nunca bebeu, usou drogas ou "foi para a farra".

Entre as muitas conquistas, dois momentos se destacam: o convite para ser um dos condutores da tocha olímpica em 2016, acendendo a pira no Horto Religioso, e a homenagem recebida em 2004, com a "Medalha de Mérito Doutor Júlio Prestes de Albuquerque" da Câmara Municipal de Itapetininga.

Ficão deixava suas medalhas e troféus expostos em uma sala na sua casa em Itapetininga

Pâmela Beker/g1

Paixão de pai para filho

A reportagem de Dia dos Pais do g1 mostrou como o esporte fortaleceu a relação entre Francisco e seu filho Djalma, um legado que se estendeu até a neta. Mariah Oliveira, de 17 anos e filha de Djalma, também participa de corridas de rua ao lado da família e do grupo Loucos por Corrida, do Esporte Clube XV de Novembro.

A paixão pelo esporte de "Ficão" e Djalma influenciou a nova geração. O grupo de corrida, já tradicional, foi criado e dirigido por Francisco de 1955 a 2014, e hoje é comandado pelo filho.

Djalma, de 59 anos, relembrou que sempre acompanhou o pai, de 86, nos campos de futebol e nas pistas de corrida. "Em 1972, eu tinha seis anos e já acompanhava o meu pai. Eu era mais do futebol, mas, com 18 anos, comecei a acompanhar nas corridas e a participar", contou. Para ele, o pai sempre foi um "caminho de exemplo" no esporte e na vida.

Pai e filho compartilham paixão por corrida de rua em Itapetininga (SP)

Pâmela Beker/g1

*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins

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