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MPRJ denuncia Oruam por ‘cavalo de pau’ na Barra da Tijuca


Veja as manobras que levaram Oruam à prisão

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), denunciou, nesta sexta-feira (8), Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, pelos crimes de direção perigosa com habilitação suspensa e corrupção ativa.

A denúncia se refere ao caso de fevereiro deste ano, quando o cantor foi preso após dar um “cavalo de pau” na frente de uma viatura da PM. Na ocasião, ele pagou fiança de R$ 60 mil e acabou solto.

O MPRJ pediu à Justiça medidas cautelares, entre elas a proibição de uso de redes sociais enquanto durar o processo e a suspensão judicial do direito de dirigir.

Oruam está preso desde o dia 22 de julho por outro episódio: a confusão na porta de sua casa, no Joá, quando, segundo a polícia, o artista impediu para cumprimento de um mandado de apreensão contra um menor procurado por tráfico e roubo. Nesse inquérito, Oruam virou réu por tentativa de homicídio e responde por outros 7 crimes.

Oruam, o nome artístico, é Mauro escrito ao contrário. Ele é filho de Marcinho VP, chefe da facção criminosa Comando Vermelho, preso e condenado a 37 anos de prisão por assassinato, formação de quadrilha e tráfico. O rapper tem uma tatuagem em homenagem ao pai e ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Recentemente, virou alvo de projetos de lei em todo o país para proibir a contratação de shows, artistas e eventos voltados ao público infantojuvenil que promovam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas.

Oruam em viatura

Reprodução

Manobra arriscada

Segundo a denúncia da Promotoria de Justiça junto à 37ª Vara Criminal da Capital, em 20 de fevereiro de 2025, na Avenida do Pepê, na Barra da Tijuca, “Oruam realizou manobra conhecida como ‘cavalo de pau’ em via pública, quase colidindo com uma viatura da Polícia Militar”.

“Ele dirigia com a habilitação suspensa e exibia a manobra para um grupo de fãs”, destacou o MPRJ.

Ainda segundo a promotoria, Oruam admitiu, dias depois, em vídeo divulgado nas redes sociais, “ter oferecido vantagem indevida a um policial militar, sugerindo ter o intuito de contratá-lo como segurança pessoal caso fosse punido por tirar uma foto com ele” — razão pela qual foi denunciado por corrupção ativa.

Cela coletiva

Na semana passada, Oruam foi transferido para uma cela coletiva na Penitenciária Serrano Neves, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, no processo da confusão no Joá.

A Justiça aceitou a denúncia do MPRJ e o tornou réu, ao lado do amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira. Os promotores sustentaram que Oruam e Willyam agiram com dolo eventual, assumindo o risco de matar os agentes, e destacaram que pedras supostamente atiradas pelo grupo pesavam até 4,85 kg, com capacidade de causar ferimentos letais.

Além dos ataques físicos, o cantor fez publicações nas redes sociais incitando a violência contra a polícia e desafiando abertamente a presença de agentes no Complexo da Penha. A Promotoria afirma que os atos configuram motivo torpe, meio cruel e tentativa de homicídio contra agentes em serviço, o que pode enquadrá-los na Lei dos Crimes Hediondos.

Oruam responde por 7 crimes, além da tentativa de homicídio:

tráfico de drogas

associação ao tráfico

resistência qualificada

desacato

dano qualificado

ameaça

lesão corporal

Sobre o caso, a defesa de Oruam falou para a TV Globo que a acusação insiste em uma narrativa fragilizada que não apresenta provas materiais ou periciais concretas em uma tentativa de homicídio qualificado e que a conduta dos policiais também evidencia que, ao momento, não existia risco real de morte.

Oruam com o cabelo preto, da cor natural, já inserido no sistema prisional

Reprodução

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