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Multilateralismo sofre derrocada e impõe desafios superados desde o pós-guerra


Discussões sobre temáticas globais, estudo de idiomas, aulas e palestras online sintonizam o conteúdo pedagógico do curso de RI da Unaerp com o que acontece no mundo

Crédito: DICom Unaerp

Nos últimos anos, o sistema internacional está passando por um reordenamento político profundo. Organizações e blocos que, desde o pós-guerra, balizavam a política, o comércio e a diplomacia globais vêm perdendo protagonismo.

Essa é a avaliação da professora doutora Laura Donadelli, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). E complementa que tal enfraquecimento do multilateralismo desafia não apenas governos, mas também profissionais e estudantes que pretendem atuar nesse campo.

“Estudantes e profissionais vão ter que se adaptar a esses novos períodos. Sempre com cautela, com parcimônia, tentar evitar cair em aspectos muito generalistas”, alerta a professora Laura Donadelli.

Impactos para estudantes e profissionais

A professora explica que a reconfiguração do cenário global repercute diretamente nas carreiras dos profissionais de Relações Internacionais, por isso é fundamental que futuros profissionais mantenham uma postura analítica e adaptativa.

“Muitos alunos sonhavam trabalhar na ONU, na OEA ou no Mercosul, mas essas instituições também passam por questionamentos.”

Donadelli recomenda que estudantes estejam atentos a novas potências e parceiros comerciais, mas que não descuidem de mercados tradicionais como o Mercosul e a Argentina. Por isso, é preciso sempre buscar especializações, estudar novas rotas, idiomas e ferramentas como a Inteligência Artificial.

“É um mundo que se transforma de uma maneira muito mais rápida do que no momento da Guerra Fria. O que a gente pensava em décadas, hoje a gente pensa em anos”, compara.

Além do domínio técnico, a coordenadora Laura Donadelli enfatiza a importância das competências interpessoais, as chamadas soft skills. Habilidades que não são exclusivas da diplomacia entre Estados, mas que deve ser utilizadas também entre empresas e profissionais na busca por novas rotas e parceiros para escoar produtos, por exemplo.

“É muito difícil ter uma postura diplomática, com cautela, com parcimônia, saber fazer uma boa negociação, saber ter uma escuta ativa [...] o profissional de RI terá que adaptar o produto, buscar uma nova rota, buscar novos parceiros, habilidades que serão ainda mais necessárias e exigidas dos nossos estudantes, que tem que estar sempre atento às mudanças quase que diárias.”

Mudanças importantes no cenário da diplomacia e do comércio global foram apresentadas no VI Simpósio de Direito Internacional e Relações Internacionais, em maio de 2025

Crédito: DICom Unaerp

Fragilidade de organismos internacionais e mudanças de paradigmas

De acordo com a professora, há um “enfraquecimento, uma fragilidade” de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências. Ela lembra que o Conselho de Segurança da ONU é constantemente criticado por sua inatividade em temas urgentes, como o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

“A dificuldade de se entrar em um acordo entre os cinco membros permanentes com os vetos recorrentes dos Estados Unidos, é um exemplo desse desgaste”, afirma.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) também é citada por Donadelli como exemplo dessa crise. A entidade vem demonstrando dificuldade para regular e fiscalizar embates como as sobretaxas e sanções impostas principalmente pelos Estados Unidos a outros países.

“Esses são alguns exemplos do sistema internacional que vem sendo fragilizado, que tem tido o seu papel bastante enfraquecido, esvaziado ao longo dos últimos anos”, explica.

Por outro lado, é possível observar a ascensão de novas potências, como o protagonismo crescente da China e o papel dos BRICS. Um cenário, segundo Donadelli, que sinaliza uma “mudança estrutural” no sistema internacional construído desde a Guerra Fria.

“A gente pode afirmar que está ocorrendo um enfraquecimento do multilateralismo, ao observar impactos na estabilidade política, econômica que geram mudança do próprio sistema internacional [...] um reordenamento que começou nos últimos anos, mas que a gente precisa ainda observar como vai se comportar”, conclui.

“O profissional de relações internacionais tem a vantagem de aprender a ver o mundo de outra maneira”, diz Larissa Teixeira, formada na Unaerp (Crédito: TV Unaerp)

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