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No 2º dia de cessar-fogo, mais de 500 mil palestinos voltam para Cidade de Gaza e israelenses fazem vigília pelos reféns


Mais de meio milhão de palestinos voltam para Cidade de Gaza e israelenses fazem vigília por reféns

A guerra no Oriente Médio teve o segundo dia de cessar-fogo. Mais de meio milhão de palestinos já voltaram para o Norte da Faixa de Gaza depois da retirada parcial das tropas israelenses. Em Israel, a população fez uma vigília pelos reféns ainda em poder do grupo terrorista Hamas.

A Praça dos Reféns, em Tel Aviv, é também a Praça da Solidariedade. E da expectativa.

"Nós finalmente temos esperança. Mas não podemos e não vamos parar agora. Todos os reféns precisam voltar para casa - os vivos e os mortos. Todas as famílias merecem recebê-los de volta".

Foi o que disse o Zahiro. O tio dele morreu no cativeiro do Hamas.

Os traumas não são apenas das famílias dos reféns. O Kahl nos disse que foram 2 anos terríveis para o país. Na economia e na política externa. E acrescentou que o governo e a nação de Israel não são a mesma coisa.

A Odet contou que tem medo de que algo dê errado, mas que é preciso pensar positivo e ter esperança de que na segunda-feira os reféns estarão em Israel.

Pelo acordo, os terroristas devem libertar todos os sequestrados até 12h de segunda-feira, hora local. Sem cerimônias públicas. Não foram divulgados detalhes sobre exatamente quando, onde e como se dará a libertação. Segundo o governo israelense, 20 reféns estariam vivos e 26 tiveram a morte confirmada. O destino de outros dois é desconhecido.

Um integrantes do Hamas disse neste sábado (11) à agência de notícias France Presse que os reféns serão soltos na manhã de segunda-feira (13).

Nessa expectativa pelo retorno dos reféns, milhares de israelenses foram até a praça onde as famílias se reúnem há mais de 700 dias. O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e o genro de Donald Trump, Jared Kushner, foram até lá participar do ato e manifestar apoio a essas famílias.

Quando o enviado especial foi discursar, a multidão gritou: Obrigado, Trump, obrigado, Witkoff. Ele afirmou que a coragem e a resiliência do povo de Israel inspiraram o mundo.

A filha de Trump, Ivanka, disse que o retorno dos reféns é um triunfo da humanidade. Kushner homenageou os soldados israelenses. Mais cedo, ele e o enviado especial foram até Gaza e conheceram o centro militar que vai receber os reféns.

Numa rede social, o chefe do Comando Central dos Estados Unidos informou que também visitou Gaza e que os americanos vão liderar uma coalizão civil-militar para dar suporte à estabilização no pós-guerra.

Duzentos militares americanos já estão em Israel, mas não colocarão os pés em Gaza.

Neste domingo (12), o presidente americano, Donald Trump, viaja para o Oriente Médio. Ele deve visitar Jerusalém e também o Egito, onde as próximas etapas do plano de paz serão discutidas. Ainda há muitos impasses, como o desarmamento do Hamas e se o grupo terrorista vai permanecer em Gaza e terá um papel na futura administração.

O Hamas convocou 7 mil homens para reassumir o controle das regiões desocupadas pelas tropas israelenses. A retirada parcial dos soldados foi ontem - parte da primeira etapa do acordo.

Neste sábado (11), o serviço penal de Israel começou a transferir para 2 presídios os palestinos que serão libertados, em troca dos 48 reféns israelenses. Ao todo, cerca de 2 mil prisioneiros devem ser soltos. Alguns, tinham sido condenados à prisão perpétua.

Com o cessar-fogo em vigor, mais de 500 mil palestinos voltaram para as ruínas que um dia foi a cidade de Gaza. Pelo segundo dia, as estradas ficaram lotadas de carros e pessoas a pé, em direção ao Norte.

O Ramzi, de 73 anos, desabafou.

"Estamos muito, muito cansados. Mas, graças a Deus, estamos voltando. Esperamos que as coisas melhorem e que encontremos um lugar para morar."

Com a trégua, começa também outro trabalho - o de limpar os destroços e encontrar as vítimas da guerra debaixo dos escombros. A Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, estima que quase 10 mil palestinos estejam desaparecidos. 150 corpos já foram recolhidos.

Em Khan Younis, no Sul do território, a população, desesperada por comida, subiu nos primeiros caminhões que entraram com ajuda humanitária. Agências ligadas à ONU vinham cobrando que o governo de Israel permitisse a entrada de mais alimentos, remédios e itens de primeira necessidade. Israel diz que autorizou a entrada de 600 caminhões por dia.

A Nisreen correu para conseguir comida para os filhos. Mas lamentou que a ajuda tenha chegado de forma desordenada.

"Algumas pessoas conseguiram, enquanto outras não receberam nada."

Mais cedo, em Jerusalém, o Jornal Nacional conversou com o palestino Ahmad, que tem uma livraria. E sentimentos conflitantes.

"Por um lado, tenho esperanças de que o cessar-fogo resista e continue por um longo prazo. Mas por outro, estou um pouco pessimista, porque é difícil ter garantias para o fim da guerra. Espero que ela acabe."

No 2º dia de cessar-fogo, mais de 500 mil palestinos voltam para Cidade de Gaza

Reprodução/TV Globo

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