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Padrasto nega participação na morte de menina com sinais de abuso sexual no interior de SP, diz polícia

Padrasto suspeito de estuprar e matar enteada de 11 anos em Serrana, SP, é preso

O padrasto da menina de 11 anos que morreu com suspeita de abuso sexual em Serrana (SP) prestou depoimento à Polícia Civil e negou participação na morte. Douglas Junior Nogueira, de 32 anos, foi preso no último sábado (15).

De acordo com o delegado Marcelo Melo de Lima Garcia, responsável pelo caso, Douglas ainda concordou em fornecer amostras de sangue para comparar com o material genético encontrado no corpo de Ana Alice Santos França.

A morte da menina foi tratada inicialmente como suspeita de suicídio, mas passou a ser investigada como estupro de vulnerável após médicos encontrarem material semelhante a sêmen no corpo.

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A defesa de Douglas não foi localizada para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.

*Reportagem em atualização

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Pai acusa padrasto

O pai de Ana Alice acusa o padrasto dela pelo crime e pediu justiça.

"Que a justiça seja feita para eu tirar isso do meu coração. Enquanto não for preso, eu vou ficar com esse ódio na minha vida. Eu quero tirar esse rancor da minha vida. Esse cara é um monstro. Minha filha é um anjinho", disse o pai, Flávio Antunes de França, durante o enterro de Ana Alice.

Flávio também pediu para que Douglas continue preso para que ele não cometa outros crimes como esse.

"Como é que esse cara tem coragem de fazer isso com uma criança de 11 anos? Essa pessoa não pode estar na Terra. Tinha que ter pena pra essas pessoas. Vai preso e depois solta de novo. Ele vai fazer isso com o filho de outra pessoa. Que ele vá preso e pague pelo que fez com minha filha, ele tem que sentir a dor que a minha filha sofreu."

Para o pai, a hipótese inicial de que a filha havia cometido suicídio não pode ser considerada. Ele destacou as qualidades da menina.

"Mas eu pensei minha filha nunca ia se enforcar, eu conheço minha filha, ela anda de bicicleta. É uma menina boa, interativa, nunca ia fazer isso na vida. Na hora eu já pensei, fizeram mal para a minha filha, só que eu não tinha como provar e falar", completou.

Ana Alice Santos França, de 11 anos, e o pai, Flávio Antunes de França Serrana, SP

Reprodução/EPTV

Morte de menina

De acordo com informações do boletim de ocorrência, o caso chegou ao conhecimento da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Ribeirão Preto (SP) na quarta-feira (12) após Ana Alice dar entrada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE).

O próprio hospital entrou em contato com a Polícia Civil para informar um quadro de “enforcamento sem conhecimento de causa”.

A mãe, uma auxiliar de farmácia de 38 anos, contou à polícia que estava no trabalho na terça-feira (11) e que havia deixado os três filhos, de 11, 15 e 19 anos, em casa junto com o padrasto deles.

Segundo a mulher, o companheiro relatou que a adolescente de 15 anos foi à igreja e que Ana Alice ficou brincando na sala. Ele foi para o quarto ver TV, mas acabou dormindo.

Por volta das 23h, quando se preparava para buscar a companheira no trabalho, o homem percebeu Ana Alice perto da janela. A adolescente de 15 anos, que tinha saído para ir a igreja, voltava para casa e ele foi recebê-la. Quando os dois entraram de volta na residência, o padrasto viu que Ana Alice estava desacordada.

Ele e a enteada levaram a menina à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serrana, onde ela foi reanimada, entubada e transferida para Ribeirão Preto.

O padrasto ainda disse à mãe que Ana Alice brincava com uma touca de pelúcia de bichinho e que ela tinha um cordão grande. Ao ser achada desacordada, a menina estava com o objeto enroscado ao queixo.

Casa em que Ana Alice morava com a mãe, os irmãos e o padrasto em Serrana, SP

Tiago Aureliano/EPTV

Suspeita de estupro

Na quinta-feira (13), o hospital em Ribeirão Preto comunicou à polícia uma nova suspeita. Médicos encontraram indícios de que Ana Alice pudesse ter sido vítima de abuso sexual porque constataram material semelhante a sêmen no corpo dela.

O HC solicitou encaminhamento ao Instituto Médico Legal (IML) para análise do material e exame de corpo de delito.

“O que nos foi passado pela equipe médica do HC foi de que foi encontrado mais precisamente na vulva, na região íntima da criança, uma possível quantidade de sêmen, material biológico masculino, e também algumas lesões, no mínimo duas lesões, na região íntima da vítima”, diz o delegado Marcelo Melo de Lima Garcia.

Ainda segundo Lima, Ana Alice tinha hematomas no pescoço e as marcas são incompatíveis com enforcamento.

Na noite de quinta-feira, o Hospital das Clínicas comunicou a morte da criança à polícia.

O delegado Marcelo Melo Garcia de Lima, de Serrana (SP).

Reprodução/EPTV

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