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Polícia identifica cúmplice de ladrão matou jovem na frente do pai e do namorado em SP


Jovem é morta com tiro na cabeça na Zona Leste de SP

A Polícia Civil identificou o assaltante que levou na garupa da moto o comparsa que atirou e matou Beatriz Munhos na frente do pai dela e do namorado, no último sábado (1º), em Sapopemba, Zona Leste de São Paulo. O crime foi gravado por câmeras de segurança e foi registrado como latrocínio, que é roubo seguido de morte (veja vídeo acima).

A Justiça decretou a prisão temporária do cúmplice, que é procurado pelas autoridades. A identificação dele foi feita após análise das imagens. Uma das vítimas também fez o reconhecimento fotográfico do homem apontado pela polícia como o piloto da motocicleta. Ele já tinha passagem por outros crimes, como roubo. O garupa ainda não foi identificado pela investigação.

As informações foram confirmadas nesta segunda-feira (3) pelo delegado Walter Sergio de Abreu, delegado da 8ª Delegacia Seccional. O nome e a foto do suspeito não foram divulgados.

"No caso da Beatriz, o que já conseguimos é a identificação de um dos autores, que foi reconhecido pela vítima, e há outros elementos que indicam os fatos. Esse individuo já está com prisão temporária decretada", disse Walter à TV Globo. "Essa noite [de domingo (2)] tivemos três mandados de busca e apreensão, já cumprimos os mandados. Infelizmente ele [suspeito] não foi localizado até o momento, mas em breve será."

Sobre o garupa, o delegado informou que a investigação tem uma suspeita de quem ele possa ser, mas nada conclusivo.

Para a polícia, Beatriz, seu pai e o namorado foram vítimas de um golpe aplicado pelos bandidos, que fingiram ser compradores de um drone que a família estava negociando pela internet. Os dois criminosos são investigados por terem cometido outros assaltos usando o mesmo tipo de golpe na região da Rua Professor Fonseca Lessa, onde a estudante foi morta.

Emboscada, diz polícia

Delegado Walter Sérgio de Abreu, da 8ª Cerco da Polícia Civil

Reprodução/TV Globo

"Está claro que foi emboscada, bem tramada mesmo, chamada de 'puxada'. Fazem isso pra trazer a pessoa até o local onde eles praticam o roubo com mais facilidade", disse o delegado. "Não estamos excluindo essa possibilidade e até mais gente envolvida".

Walter também deu uma recomendação para tentar evitar que mais pessoas caiam nesse tipo de golpe. "Esse caso foi uma tragédia, diferenciada do que normalmente acontece na região, embora outros semelhantes aconteçam, raríssimas vezes chegam a esse desfecho", falou o delegado.

"Uma dica pra quem tem hábito de fazer vendas na internet, sempre tomar cautela de buscar locais públicos, locais com muita movimentação... shopping, coisas com movimentação pra gente evitar abordagens desse tipo. E quando o comprador tentar marcar em locais mais ermos, não aceitar. É preferível perde a venda do que a vida", disse Walter.

Os criminosos, que fingiram ser compradores, combinaram pagar R$ 27 mil pelo drone. Mas exigiram que o equipamento fosse entregue pessoalmente. Por isso, a família saiu de carro de Sorocaba, no interior paulista, e foi à noite até a capital. O crime ocorreu por volta das 20h.

"Foi uma emboscada, foi um golpe, mas a gente tinha entregue tudo, por que o cara atirou na cabeça da minha filha? Eles não têm o mínimo de discernimento por nada, de consideração com ser humano", falou Lucas Munhoz, pai de Beatriz, à TV Globo. A declaração foi dada no domingo (2) em São Paulo.

Mas ao invés do comprador, que havia negociado a aquisição do produto pela internet e faria o pagamento em PIX, eles encontraram dois criminosos numa moto, que os abordaram na rua. Lucas e Leonardo Jesus da Silva, seu genro, estavam do lado de fora do veículo.

Ladrões queriam drone

Beatriz Munhos morreu após jogar spray de pimenta na direção de um dos criminosos, como mostra a imagem da câmera de segurança da rua

Reprodução/Redes sociais e arquivo pessoal

"Eu entreguei meu celular, o namorado da minha filha que tava junto comigo, a gente não sabia o que fazer, falou 'vamos pegar o equipamento' [que os bandidos já tinham conhecimento e queriam]", afirmou Lucas.

Em seguida, Beatriz, que estava dentro do automóvel, abriu a porta e disparou spray pimenta na direção de um dos criminosos, que atirou na cabeça dela. A vítima morreu na hora. Ela tinha 20 anos.

"Daí minha filha acabou no ímpeto de proteger o namorado e tudo mais, meio que foi pra cima e o bandido deu um tiro na cabeça da minha filha na minha frente, na frente do Leonardo", falou Lucas.

Após o disparo, o namorado tentou impedir a fuga do assaltante segurando a bolsa térmica de entregador que ele usava, mas o criminoso conseguiu se soltar, abandonou o objeto e fugiu com o parceiro.

'Que crueldade', diz pai

'Que crueldade fizeram com minha pequena', lamenta pai de jovem morta com tiro na cabeça

Na tarde deste domingo (2), o pai da vítima publicou um vídeo na rede social da jovem e lamentou a perda da filha.

“Eu sou Lucas, sou o pai da Bia. Desculpa estar avisando vocês assim. A gente perdeu a Bia. Ela foi morta a tiros em São Paulo. Ai... Que crueldade que fizeram com a minha pequena. Vocês sabem

Velório e sepultamento

Jovem é morta com tiro na cabeça na Zona Leste de SP

Reprodução

O velório e sepultamento de Beatriz ocorrem nesta segunda-feira (3) no Cemitério Consolação, em Sorocaba, cidade onde ela morava. A cerimônia de despedida começou nesta madrugada e terminará às 12h30, com o enterro da vítima.

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