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Presidência da COP fecha acordo e evita travamento das negociações


Brasil consegue destravar negociações e estabelecer a agenda de negociações na COP30

As negociações entre os países que participam da COP avançaram até quase a madrugada desta segunda-feira (10).

A agenda define o que será negociado pelos países durante a Conferência do Clima. É o primeiro grande teste político. Como a pauta precisa ser aprovada por consenso, basta um dos países vetar um assunto para que as discussões não podem avançar.

A presidência da COP conseguiu fechar um acordo depois de muita conversa com os países — que se estendeu até as 23h de domingo (9). As nações vão discutir, ao longo das próximas duas semanas, o que foi feito desde o Acordo de Paris, em 2015. Como avançar no processo de adaptação às mudanças climáticas, medidas importantes para preparar o planeta para os efeitos do clima extremo, e mecanismos para garantir uma transição energética justa, como será a mudança das fontes de energia poluente para alternativas renováveis, que não ameace empregos, por exemplo. Há pressão também para discutir outros assuntos que ficaram de fora:

a necessidade de metas mais ousadas para a redução de gases de efeito estufa;

como países desenvolvidos podem financiar mais ações climáticas em países em desenvolvimento;

restrições que países impõem de forma unilateral ao comércio com base em questões ambientais, como barreiras tarifárias e não tarifárias a produtos vindos de áreas de desmatamento;

e os relatórios de transparência sobre as emissões de gases poluentes de cada país.

Esses pontos ainda não estão na agenda formal, mas podem entrar. Até a sessão plenária da próxima quarta-feira (12), o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, vai consultar os países e apresentar uma proposta de como incluir esses temas na negociação. A expectativa é que esse processo de consultas abra caminho para novas decisões.

O secretário executivo da ONU para mudanças climáticas, Simon Stiell, disse que é preciso abordar rapidamente as questões mais difíceis. E uma das mais complicadas é o dinheiro para ações climáticas em nações mais vulneráveis. Países em desenvolvimento apontaram a necessidade de um repasse de US$ 1,3 trilhão por ano.

Em uma entrevista à repórter Bárbara Carvalho, da GloboNews, o presidente da COP disse que vai começar a negociar a partir do valor aprovado na última conferência: US$ 300 bilhões por ano.

"Eu gostaria, nós gostaríamos que fosse mais, o mundo em desenvolvimento gostaria que fosse mais. Mas no momento é isso. Vamos ver como é que evolui. Você sabe que as COPs têm momentos de emoção”, diz André Corrêa do Lago.

Presidência da COP fecha acordo e evita travamento das negociações

Reprodução/TV Globo

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