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A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou em primeiro turno nesta quinta-feira (9) o projeto de lei que institui e regulamenta a internação de usuários e dependentes de drogas na rede municipal de saúde.
A proposta, de autoria do vereador Braulio Lara (Novo), autoriza a internação involuntária, ou seja, sem consentimento do paciente, em casos de risco à integridade física do próprio dependente ou de terceiros.
O texto foi aprovado por 27 votos a favor e 10 contrários, após intenso debate em plenário. (veja como votou cada vereador ao final da reportagem)
O projeto define que o tratamento de dependentes químicos deve ocorrer prioritariamente de forma ambulatorial, mas prevê a possibilidade de internação em unidades de saúde ou hospitais gerais, mediante laudo médico detalhado.
A internação poderá ser solicitada por familiares ou, na ausência destes, por servidores públicos da saúde, da assistência social ou de órgãos que integrem o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas.
Segundo o autor da proposta, o objetivo é ampliar o acesso ao tratamento para pessoas que perderam a capacidade de buscar ajuda.
“Essas pessoas precisam ter o tratamento devido. A gente sai com uma decisão muito importante para a nossa cidade. O recado que Belo Horizonte está dando é de que quer sim cuidar das pessoas, quer sim dar o encaminhamento para tratamento, porque a gente não pode renegar esse direito a cada um que está acometido pelos vícios”, afirmou Braulio Lara.
Reunião sobre internação compulsória teve galerias cheias.
Letícia Oliveira/CMBH
Debate e críticas
Durante a votação, vereadores contrários classificaram o projeto como “higienista” e “preconceituoso”, argumentando que ele fere direitos fundamentais e representa retrocesso na política de saúde mental.
“Os graves problemas sociais precisam ser enfrentados na sua raiz, nos seus motivos, e não com uma solução que criminaliza e maltrata ainda mais as pessoas, que são simplesmente vítimas de um sistema que vai expulsando do convívio social”, disse a vereadora Cida Falabella (Psol).
O vereador Pedro Patrus (PT) também criticou a aprovação e afirmou que a oposição apresentou mais de 40 emendas ao texto.
Emendas e tramitação
Até o momento, duas emendas foram registradas. Uma delas, apresentada pela Comissão de Legislação e Justiça, propõe que a internação involuntária só ocorra após o esgotamento de alternativas ambulatoriais e com limite máximo de 90 dias, conforme a Lei Federal 11.343/2006.
A segunda, de autoria do vereador Edmar Branco (PCdoB), pretende retirar a previsão de internação involuntária do projeto.
Com a aprovação em primeiro turno, o PL 174/2025 retorna agora às comissões para análise das emendas antes da votação em segundo turno. Para ser aprovado em definitivo, precisará de pelo menos 21 votos favoráveis.
Veja como votou cada vereador
Arruda (Republicanos) – Sim
Braulio Lara (Novo) – Sim
Bruno Miranda (PDT) – Não
Cida Falabella (Psol) – Não
Cláudio do Mundo Novo (PL) – Sim
Cleiton Xavier (MDB) – Sim
Diego Sanches (Solidariedade) – Sim
Dr. Bruno Pedralva (PT) – Não
Dra. Michelly Siqueira (PRD) – Sim
Edmar Branco (PCdoB) – Não
Fernanda Pereira Altoé (Novo) – Presidência
Flávia Borja (DC) – Sim
Helinho da Farmácia (PSD) – Sim
Helton Júnior (PSD) – Não
Irlan Melo (Republicanos) – Sim
Iza Lourença (Psol) – Não votou
Janaina Cardoso (União) – Sim
José Ferreira (Podemos) – Sim
Juhlia Santos (Psol) – Não
Juninho Los Hermanos (Avante) – Sim
Leonardo Ângelo (Cidadania) – Sim
Loide Gonçalves (MDB) – Sim
Lucas Ganem (Podemos) – Sim
Luiza Dulci (PT) – Não
Maninho Félix (PSD) – Sim
Marcela Trópia (Novo) – Sim
Marilda Portela (PL) – Sim
Neném da Farmácia (PMN) – Sim
Osvaldo Lopes (Republicanos) – Não
Pablo Almeida (PL) – Sim
Pedro Patrus (PT) – Não
Pedro Rousseff (PT) – Não
Professor Juliano Lopes (Podemos) – Não votou
Professora Marli (PP) – Não votou
Rudson Paixão (Solidariedade) – Sim
Sargento Jalyson (PL) – Sim
Tilélo (PL) – Sim
Uner Augusto (PL) – Sim
Vile Santos (PL) – Sim
Wagner Ferreira (PRD) – Não
Wanderley Porto (PV) – Não
O vídeo abaixo aborda as regras de internação compulsória no Espírito Santo, onde a autorização está vigente:
Conheça as regras para internação compulsória
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