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Psicólogo matou cantor por não aceitar relação da vítima com a ex-mulher dele, diz polícia


Bruno Duarte foi encontrado morto no Setor Oeste, próximo ao Monumento da Paz, em Goiânia

Reprodução/Redes sociais de Bruno Duarte

O psicólogo Arthur Vinicius Silva Lima, de 32 anos, que foi preso suspeito de matar o cantor e músico Bruno Duarte no Bosque dos Buritis, em Goiânia, cometeu o crime não aceitar a relação da vítima com a ex-mulher dele, segundo a Polícia Civil. O homem foi preso em flagrante na segunda-feira (28), enquanto tentava fugir com a ajuda do pai.

"Ele confessou que realmente matou, mas alegou que foi em legítima defesa. Ele argumentou que de fato o Bruno tinha um relacionamento com a ex-mulher dele, e que isso mexeu muito com ele", afirmou o delegado Vinicius Teles ao g1.

Em nota, a defesa do psicólogo disse que ele se encontrou com a vítima por acaso, "sendo agredido verbalmente e, em legítima defesa, utilizou um canivete para se defender de uma faca". A advogada frisou ainda que não houve premeditação ou emboscada (leia o pronunciamento completo ao final do texto).

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Ele atuava no Instituto Federal de Goiás (IFG), câmpus Águas Lindas de Goiás. O cantor era estudante de música na mesma instituição, em Goiânia. Em nota, o instituto informou que aguarda ser notificado formalmente pelas autoridades policiais para “iniciar os procedimentos administrativos cabíveis” (leia o pronunciamento completo ao final do texto).

“O IFG reitera a sua incessante defesa pela vida, pela não violência e lamenta profundamente a morte prematura do nosso estudante, ao mesmo tempo que se solidariza com a família e os amigos enlutados”, destacou a instituição.

Ao g1, o Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região - Goiás pontuou que “todos os processos éticos tramitam em sigilo, sendo vedada a essa autarquia qualquer manifestação pública sobre eventual procedimento” (leia a nota na íntegra ao final do texto).

Entenda o caso

Homem morre a facadas no Bosque dos Buritis

Bruno Duarte foi encontrado morto no Bosque dos Buritis, no Setor Oeste, na noite de sábado (26). Ao g1, a Guarda Civil Metropolitana informou que o corpo da vítima estava próximo ao Monumento da Paz e apresentava sinais de facadas.

De acordo com o delegado, o suspeito disse que encontrou com a vítima no bosque, mas a Polícia Civil acredita que o crime tenha sido premeditado. Na ocasião, o psicólogo teria questionado Bruno sobre o seu relacionamento com a ex, e alegou que os dois iniciaram uma discussão.

A versão do psicólogo é que a vítima estava com uma arma branca, informou o investigador. Uma testemunha presenciou o momento em que Bruno foi assassinado.

"Depois que ele desferiu vários golpes [com uma faca], a vítima já estava totalmente desfalecida e não movimentava mais, e ele sai e volta e ainda desfere pelo menos mais três golpes no pescoço. Ainda que houvesse a legítima defesa, ela não estaria presente no caso porque houve o excesso doloso", destacou o delegado.

Ao g1, o coronel Pedro Henrique Batista, comandante do Policiamento da Capital, contou que Arthur chegou a criar um perfil falso se passando pela sua ex-mulher para atrair Bruno até o local do crime. No entanto, a Polícia Civil ainda irá realizar a perícia no celular da vítima para confirmar essa possibilidade.

O delegado explicou ainda que o pai do psicólogo, que teria o ajudado a fugir, não deve responder criminalmente. Arthur deve responder por homícidio duplamente qualificado por motivo fútil e pela crueldade empregada no crime.

Homenagens

Um amigo do cantor, que não quis ser identificado, disse que Bruno nasceu e cresceu em Goiânia, onde estava se formando em música pelo IFG. Ele reforçou ainda que o músico era uma pessoa incrível e de confiança.

O corpo de Bruno foi velado na tarde de domingo (27). Nas redes sociais, músicos e amigos lamentaram a morte. “Ser humano simples e humilde. Acolhedor, disposto e bem-humorado. Sua vida era pura arte, que sua alma continue a brilhar”, escreveu um amigo.

Nota da defesa

No dia dos fatos, o Arthur encontrou-se com Bruno no Parque dos Buritis por acaso, sendo agredido verbalmente e, em legítima defesa, utilizou um canivete para se defender de uma faca. Não houve premeditação ou emboscada, sendo a luta corporal uma reação imediata à agressão sofrida. Que a defesa vai impetrar Pedidos de Liberdade e provar a Legitima defesa durante instrução do processo.

Nota do Instituto Federal de Goiás

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) informa que ainda não foi notificado pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídio da Polícia Civil de Goiás a respeito do inquérito que apura o assassinato de um estudante do Câmpus Goiânia.

O crime ocorreu no último final de semana em Goiânia, e o suspeito de praticar o homicídio, um servidor do Câmpus Águas Lindas, foi preso nesta segunda-feira, em Catalão, pela Polícia Militar de Goiás.

Em razão da gravidade dos fatos divulgados pela imprensa, o IFG aguarda ser notificado formalmente pelas autoridades policiais para que possa iniciar os procedimentos administrativos cabíveis nesses casos.

O IFG reitera a sua incessante defesa pela vida, pela não violência e lamenta profundamente a morte prematura do nosso estudante, ao mesmo tempo que se solidariza com a família e os amigos enlutados.

Nota do Conselho Regional de Psicologia

O Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região - Goiás (CRP-09), autarquia federal, possui estrita competência legal para orientar, fiscalizar e regulamentar o exercício profissional no estado de Goiás, conforme estabelecido em Lei Federal. O CRP-09 salienta que todos os processos éticos tramitam em sigilo, sendo vedada a essa autarquia qualquer manifestação pública sobre eventual procedimento.

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