Lavínia, Laura, Helena e Heloísa completam um ano nesta terça-feira (10). Bebês nasceram em São José do Rio Preto (SP), depois de uma gestação de sete meses. Atualmente, elas moram com os pais em Olímpia (SP). Quadrigêmeas que ficaram 100 dias internadas na UTI celebram o primeiro aniversário
As quadrigêmeas que ficaram 100 dias internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após o nascimento, em São José do Rio Preto (SP), celebram o primeiro aniversário nesta terça-feira (10). Um ano depois, as bebês estão saudáveis e já frequentam a creche.
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Lavínia, Laura, Helena e Heloísa nasceram no dia 10 de junho do ano passado, prematuras, frutos de uma gestação que durou 28 semanas, ou seja, sete meses. Por serem muito pequenas, precisaram de cuidados intensivos da equipe médica do Hospital da Criança e Maternidade (HCM).
Os orgulhosos pais, Viviane Papani e Eloi Richarti, moram em Olímpia (SP). Desde o anúncio da gestação múltipla, a família viveu dias de ansiedade e esperança. Agora, ao g1, o pai das meninas revelou que também comemora um ano de mudanças na rotina e de mamadeiras quadruplicadas.
Se antes o pai disse que conseguia sair para jogar bola no meio da semana com os amigos, agora ele reforça que os dias viraram de ponta-cabeça e que precisa desprender a atenção integral aos cuidados às filhas. Mas engana-se quem pensa que isso o deixa desapontado. Ao contrário, Eloi, que sempre sonhou em ser pai, diz que foi tomado quatro vezes mais pelos sentimentos de alegria e gratidão.
A família calcula que as meninas usam aproximadamente 700 fraldas por mês, além de fórmulas infantis, lenços umedecidos, roupas e itens de higiene. Por isso, também conta com uma rede de apoio que envolve os pais, os irmãos e os sogros.
"Então, sem festinha. Estamos trabalhando e está apertado, mas o importante é elas estarem bem. O aprendizado com elas é diário, cada dia uma surpresa nova. Agora elas já estão engatinhando, ficando de pé, já batem palminha, já interagem. É a coisa mais gostosa desse mundo", comenta Eloi.
Questionado se consegue reconhecer as meninas, o pai brinca: "a Laura e a Lavínia eu consigo diferenciar. Agora, a Heloísa e a Helena só mesmo pela cor do brinco".
Segundo Eloi, após meses de acompanhamento médico rigoroso, entre consultas com neurologistas e cardiologistas, os pais receberam a notícia da pediatra de que as quatro meninas poderiam frequentar a creche.
"Esse primeiro ano foi um ano bem desafiador, mas elas são muito boazinhas. Tem noite que elas dormem a noite inteira. Agora estão na creche, acordam cedinho, vão para a creche e ficam tempo integral lá. Graças à evolução delas, tanto de peso, crescimento, está indo muito bem. Então, a pediatra autorizou mandar", revela o pai.
Para a ida à creche, a logística do casal inclui um verdadeiro malabarismo diário: quatro bolsas, quatro cadeirinhas, quatro trocas de roupa e muita organização. Nas unidades, as bebês têm contato com outras crianças e participam de atividades de socialização.
As meninas usam um capacete, uma vez que nasceram prematuras, para correção do formato da cabeça. O equipamento é feito sob medida para ajudar a redirecionar o crescimento do crânio, promovendo uma forma simétrica.
Quadrigêmeas que ficaram 100 dias internadas na UTI em Rio Preto (SP) celebram o primeiro aniversário
Eloi Richarti/Arquivo pessoal
Quadrigêmeas usam capacete para corrigir assimetria no crânio e celebram aniversário em Olímpia (SP)
Eloi Richarti/Arquivo pessoal
Surpresa para os pais
Viviane e Eloi estão casados há quatro anos e moram em Olímpia. Após a troca das alianças, eles fizeram várias tentativas para que ela engravidasse de forma natural, mas não obtiveram sucesso.
Lavínia, Laura, Helena e Heloísa são frutos de uma gestação que se desenvolveu por meio de fertilização in vitro, feita em dezembro de 2023.
Dois embriões foram implantados e, para a felicidade dos pais, foram fecundados. A notícia inicial de que seriam gêmeas se transformou quando os exames revelaram que uma delas havia se dividido em mais duas, dando origem a três gêmeas univitelinas (idênticas) e mais uma irmã de óvulo diferente.
O casal, que sonhava com pelo menos um bebê, teve o pedido atendido em dose quadruplicada. Eloi conta que, após a boa notícia, Viviane teve uma gestação tranquila, apesar de considerada de risco.
A mãe afirmou que foi avisada pelos profissionais de que o parto seria antecipado. Uma equipe com 30 profissionais de saúde participou da cesariana no HCM de Rio Preto. As bebês nasceram por uma cirurgia cesariana, com pesos entre 500 e 900 gramas.
Uma "árvore da vida" com características como peso e tamanho das crianças foi feita logo após o nascimento das quadrigêmeas. Em seguida, elas foram encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal para desenvolvimento.
Em junho do ano passado, Viviane segurou as filhas no colo pela primeira vez. À reportagem, ela contou que conseguiu fazer o método "canguru", que consiste em colocar o recém-nascido em contato com o corpo dos pais por duas horas.
Quadrigêmeas Lavínia, Laura, Helena e Heloísa nasceram em Rio Preto (SP)
Eloi Richarti/Arquivo pessoal
Eloi e Vivian seguram as filhas quadrigêmeas no colo depois da alta do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) em Rio Preto (SP)
Eloi Richarti/Arquivo pessoal
Nascimento histórico
Segundo a Prefeitura de Olímpia, cidade onde as meninas foram registradas, uma consulta no Cartório de Registro Civil da cidade, o sistema, que possui dados desde a década de 30, confirmou que este foi o primeiro caso de quadrigêmeas do município e um dos únicos de toda a região noroeste de São Paulo.
O nascimento histórico deixou não só os familiares, mas também amigos do casal muito felizes e na torcida para o começo de uma nova fase.
Exame de Viviane Papani, que comprovou que a gestação era de quadrigêmeos em São José do Rio Preto (SP)
Eloi Richarti/Arquivo pessoal
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