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Quatro tipos de crocodilos conviveram no interior de SP há 85 milhões de anos, revela estudo


Estudo revela que tipos de crocodilos conviveram no interior de SP há 85 milhões de anos

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Um estudo paleontológico realizado com base em fósseis encontrados na região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, revelou que quatro grupos distintos de crocodiliformes conviveram por ali durante o período Cretáceo Superior, há cerca de 85 milhões de anos.

A pesquisa também identificou uma nova espécie de crocodilo pré-histórico: o Ibirasuchus gelcae, nomeado em homenagem à bióloga que encontrou o fóssil.

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Os materiais analisados, mais de 200 fósseis como ossos, dentes e placas ósseas, vieram principalmente de Cedral (SP), Ibirá (SP) e Monte Aprazível (SP). As amostras estão armazenadas nos museus paleontológicos de Uchoa (SP) e Monte Alto (SP), com coletas feitas desde a década de 1990.

Segundo os pesquisadores, os crocodiliformes identificados pertencem a quatro grupos principais, cada um com características e hábitos distintos:

Esfagesaurídeos: com crânios curtos e dentes adaptados para moer, provavelmente se alimentavam de plantas, insetos e pequenos animais;

Peirosaurídeos: predadores terrestres com postura ereta e membros longos, semelhantes a mamíferos;

Baurussuquídeos: robustos e com dentes cortantes, eram grandes predadores carnívoros;

Itassuquídeos: de hábitos mais aquáticos, tinham corpo alongado e focinho estreito, semelhantes aos crocodilos modernos.

Fóssil do Ibirasuchus gelcae, onde o nome é uma referência ao município de Ibirá, cidade onde o fóssil foi descoberto

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Foi dentro desse último grupo que os cientistas descreveram uma nova espécie. O Ibirasuchus gelcae é um crocodiliforme semi-aquático de aproximadamente 4 metros de comprimento.

O nome da espécie homenageia a bióloga e pedagoga Angélica Fernandes dos Santos, conhecida como Gelca, que encontrou o fóssil em 2008, durante uma atividade de campo em Ibirá. A identificação da nova espécie só ocorreu em 2025, após uma reanálise do material.

Material foi descoberto em 6 de setembro de 2008 pela bióloga e pedagoga Angélica Fernandes dos Santos

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🐊 Riqueza ecológica da região

A presença de tantos predadores sugere um ambiente ecologicamente diversificado na região. A análise de dentes isolados indica que os Itassuquídeos e os dinossauros terópodes dominavam as áreas fluviais, enquanto outros grupos, como os esfagesaurídeos e baurussuquídeos, viviam em zonas mais secas, afastadas dos rios.

Grupo de fósseis dividido por 'família' de crocodilos do período Cretáceo

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O estudo, publicado na revista científica Journal of South American Earth Sciences, foi liderado pelo paleontólogo Fabiano Vidoi Iori (Museu de Paleontologia Pedro Candolo e Museu de Paleontologia Prof. Antonio Celso de Arruda Campos), com colaboração de pesquisadores da Unesp, UFTM e outros museus da região.

A pesquisa reforça a importância da Formação São José do Rio Preto como um dos principais registros da fauna do Cretáceo no Brasil, contribuindo para a compreensão da diversidade ecológica de crocodiliformes e seus hábitos em um passado distante.

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