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'Queria estudar pra ser médica', diz pai de amapaense morta pelo companheiro em SC


Luíza Clara, santanense de 19 anos, foi vítima de um feminicídio na cidade de Criciúma. Pai da vítima conta que ela era uma menina amável, dedicada e com muitos sonhos. Luíza e sua filha mais velha

Jadroelson Oliveira/Divulgação

A amapaense Luíza Clara Guedes, de 19 anos, morreu na última quinta-feira (17) em Criciúma (SC) em decorrência à um estrangulamento que sofreu de seu companheiro durante uma discussão. A vítima que estava no puerpério, deixou a bebê recém-nascida e uma filha de 4 anos.

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O pai de Luíza, Jadroelson Oliveira que está em Criciúma resolvendo trâmites do translado do corpo para o sepultamento no Amapá, disse ao g1 que a filha Clara, como a costumava chamar, tinha inúmeros sonhos e era muito dedicada. Ela estudava para realizar o sonho de se tornar uma médica ou enfermeira.

"Ela sempre foi uma menina muito amável, uma filha excelente. Ela nunca deu trabalho, sempre foi muito obediente, muito estudiosa e muito carinhosa [...] Ela tinha vários sonhos, ela era de planejar a vida dela, de querer seguir o caminho que fosse mais correto da vida dela, queria estudar, queria fazer faculdade. [...] Queria estudar pra ser médica ou enfermeira, sempre gostou de ajudar as pessoas", contou o pai.

Luíza, de 19 anos, foi morta pelo companheiro

Jadroelson Oliveira/Divulgação

Sobre o relacionamento

O pai disse que Luíza e o companheiro se conheceram no Amapá e namoravam desde a adolescência, período em que tiveram a primeira filha, de 4 anos atualmente. Outros episódios de agressão contra a vítima já tinham acontecido.

"Eles se relacionaram na adolescência e ficaram juntos por um tempo [...] e aí tiveram uns episódios de agressão com ela, a família interveio e eles separaram. Ele veio pra cá (Criciúma) e ela ficou cerca de 5 anos no Amapá com a filhinha dela, ficou comigo, com a mãe [...] Foi até um susto pra gente depois que eles começaram a se falar de novo, e aí foi quando ele mandou uma passagem pra ela vir pra cá (Criciúma), a contragosto da mãe e de mim", contou o pai.

Luíza foi até à cidade catarinense na tentativa de manter o núcleo familiar junto, conforme o pai. Ela morava com o companheiro na cidade há pouco mais de um ano e viviam como marido e mulher, no entanto, sem registros oficiais. Esse foi o período em que Luíza engravidou e deu à luz à sua filha recém-nascida.

"A gente falava com ela todo dia, eu tinha falado com ela algumas horas antes (do feminicídio), a gente se mandava mensagem, fazia ligação de vídeo, todo dia perguntava como ela estava, ela dizia que estava bem, ela sempre omitiu da gente qualquer tipo de episódio que fosse mais preocupante, e a gente nunca pensou que isso pudesse acontecer", falou o pai.

Translado do corpo

A família comunicou neste domingo (20) que o valor para o translado do corpo de Luíza foi atingido através das doações virtuais. O corpo deve chegar em Santana, sua cidade natal, para o sepultamento até quarta-feira (23).

"Liberamos tudo no IML (Instituto Médico Legal), eles estão tomando as providências. estão esperando o confirme das companhias aéreas para dar uma data", informou Jadroelson.

A madrasta de Luíza, Isabela Nery, contou que agora as duas filhas da enteada estão sem a mãe, o que envolve outro processo parental que exige atenção.

"Tem a questão das meninas, duas criancinhas pequeninas, uma, inclusive, como está agora sem a mãe, vai se alimentar só com fórmula, que não é barato, que está sem pai e sem mãe no momento, e tem a menina de 4 anos. Vamos providenciar como vai ficar", contou a madrasta.

Relembre o Caso

Luíza Clara, natural de Santana (AP), morreu em decorrência ao golpe de estrangulamento conhecido como 'mata-leão' que sofreu do companheiro durante uma discussão na cidade de Criciúma (SC).

A vítima sofreu a agressão no domingo (13) passou 4 dias internada e teve a morte encefálica confirmada pela família na quinta-feira (17).

O acusado, Gabriel Farias, pai dos filhos da vítima, foi preso preventivamente e deve responder pelo crime de feminicídio. O caso vai ser investigado pelas autoridades de Santa Catarina.

Segundo relatos do suspeito à polícia, ele imobilizou Luiza durante uma briga na casa da mulher, no bairro do Cristo Redentor em Criciúma, por volta das 5h55.

A mulher caiu no chão já sem sinais vitais e o homem que a agrediu ligou para um familiar para pedir socorro e em seguida para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ao chegar no local, a equipe se deparou com Luiza no chão da cozinha sem sinais vitais mas foi reanimada pelos profissionais e levada ao Hospital São José, na cidade.

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