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Reino Unido anuncia plano para retirar crianças feridas de Gaza e reforçar envio de ajuda humanitária


O bebê Muhammad e sua mãe foram deslocados de sua casa no norte de Gaza e, como muitas pessoas na Faixa de Gaza, estão sofrendo de desnutrição

Ahmed Jihad Ibrahim Al-arini/Anadolu via Getty Images

O Reino Unido pretende intensificar sua atuação humanitária em Gaza, com a evacuação de crianças feridas e doentes e o envio de suprimentos por via aérea. A iniciativa foi anunciada neste sábado (26) pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, após conversas com os líderes da França e da Alemanha.

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Segundo comunicado divulgado pelo gabinete de Starmer, "o governo britânico trabalha com parceiros como a Jordânia para realizar lançamentos aéreos de ajuda humanitária e retirar crianças que necessitam de tratamento médico fora do território palestino".

O Reino Unido vai fornecer suprimentos por via aérea por meio da Jordânia e dos Emirados Árabes, os únicos autorizados por Israel a oferecer ajuda aérea para Gaza.

A medida ocorre em meio a alertas internacionais sobre o agravamento da fome em Gaza. Durante a conversa com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz, os três líderes classificaram a situação humanitária na região como "terrível" e defenderam a construção de um plano robusto para transformar um possível cessar-fogo em uma paz duradoura. O plano deve incluir outros países da região, segundo o governo britânico.

A iniciativa acontece após o secretário-geral da ONU, António Guterres, criticar a comunidade internacional por ignorar a crise humanitária em Gaza, chamando a fome generalizada no território de “crise moral que desafia a consciência global”.

Atualmente, a ajuda humanitária distribuída em Gaza é coordenada por uma fundação privada controversa — a Gaza Humanitarian Foundation (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos — e uma pequena parcela é distribuída pela ONU e outras ONGs apesar de bloqueio israelense.

Em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza, que já dura 21 meses, os palestinos enfrentam uma severa crise humanitária, agravada por um bloqueio quase total à entrada de ajuda por dois meses entre março e maio. A restrição foi parcialmente flexibilizada, mas a quantidade de suprimentos distribuídos à população segue limitada e "a conta-gotas", denunciam a ONU e dezenas de países.

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Apesar das acusações frequentes de que o Hamas, grupo terrorista que controla Gaza, se apropriaria de parte da ajuda, altos oficiais militares israelenses disseram ao jornal americano The New York Times que não há evidências de que o grupo tenha roubado sistematicamente suprimentos enviados pelas Nações Unidas.

O sistema da ONU, segundo eles, tem se mostrado eficaz e menos vulnerável à interferência do Hamas.

A avaliação foi reforçada por uma análise do governo dos Estados Unidos, divulgada pela agência Reuters, que também não encontrou provas de desvio sistemático de ajuda humanitária financiada por Washington.

A situação em Gaza continua crítica. Autoridades de saúde locais relatam aumento de mortes por fome e episódios de violência próximos a centros de distribuição de alimentos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, quase 1.100 pessoas foram mortas a tiros enquanto tentavam acessar ajuda, muitas delas em confrontos com forças israelenses.

A ONU e Israel mantêm uma relação conturbada ao longo da guerra. Enquanto o governo israelense acusa a entidade de parcialidade e de ter sido infiltrada pelo Hamas, a ONU aponta dificuldades impostas por Israel para a entrega segura de alimentos e insumos básicos.

Diversos países, incluindo aliados históricos de Israel como Reino Unido, França e Canadá, pressionam por um acesso mais amplo à ajuda humanitária. Para essas nações, medidas como a evacuação de crianças e a retomada da entrega de suprimentos são passos urgentes para conter a crise.

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