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Relatório sobre subsidência recomenda revisão da área afetada pela Braskem em Maceió


Moradores dos Flexais cobram realocação

Reprodução/ TV Gazeta

Um relatório técnico-científico sobre o fenômeno de subsidência que provocou o afundamento do solo em cinco bairros de Maceió, foi apresentado ao público nesta sexta-feira (8), em audiência pública. O documento foi elaborado de forma independente por cientistas brasileiros e estrangeiros com atuação em instituições de excelência.

O estudo foi iniciado em fevereiro de 2025, após articulação do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria, que requisitou dados oficiais da Defesa Civil de Maceió para embasar a análise. Segundo os organizadores, o relatório segue padrões internacionais de rigor científico e independência metodológica.

Veja a cronologia do afundamento do solo em Maceió

A apresentação gerou expectativas entre os moradores de áreas ainda não reconhecidas oficialmente como afetadas pela subsidência, como o bairro do Flexais, que esperam que o novo relatório traga visibilidade e esclarecimento técnico sobre o que está acontecendo.

“A importância é ímpar porque a população perdeu a credibilidade nas instituições locais. Se o relatório independente disser que está tudo ok, vamos ter que aceitar. Mas, se apontar correções de rumo, as vítimas saberão que é hora de cobrar, seja da Prefeitura, da Defesa Civil ou na Justiça”, destacou o defensor Ricardo Melro.

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Todos os setores da sociedade foram convidados para a audiência: moradores, instituições públicas e privadas, lideranças comunitárias e representantes da sociedade civil. Segundo o defensor, embora o evento seja aberto, o relatório tem como destinatário principal as vítimas do colapso ambiental. “O relatório é independente e não veio para agradar nem a Braskem, nem ninguém”, afirmou Melro.

Para os moradores dos Flexais, que ainda vivem o drama de casas rachando diariamente, o relatório traz esperança.

“É a nossa última esperança, porque a Defesa Civil omite informações. A gente precisa de um parecer sério de fora. As casas continuam rachando, e quem não rachava agora está rachando”, afirmou Antônio Domingos dos Santos, presidente do Instituto Flexais e Adjacências.

A expectativa é que o relatório também ajude a dar mais clareza sobre a real extensão do risco na capital alagoana, promovendo mais escuta social e diálogo com os órgãos públicos.

Em 2018 moradores do bairro do Pinheiro, em Maceió, perceberam as primeiras rachaduras nos imóveis. O problema causado pela mineração se agravou, afetou outros quatro bairros e levou à evacuação de cerca de 60 mil pessoas.

No dia 10 de dezembro de 2023, uma das 35 minas da Braskem ruiu sob a lagoa Mundaú, no Mutange. Moradores do Bom Parto que ainda vivem na borda da área de risco, alegam que também foram afetados e cobram inclusão no Programa de Compensação Financeira da Braskem.

Em março deste ano, a Defensoria divulgou uma nota técnica elaborada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em abril de 2022, reconhecendo que os danos causados pela mineração realizada pela Braskem vão além da área diretamente afetada nos bairros de Maceió.

Na época, além de apresentar indícios de afundamento do solo nos Flexal de Cima, Flexal de Baixo, Bom Parto e Marquês de Abrantes, que se encontram fora da área oficial de risco, o relatório indicou que a delimitação divulgada pode estar errada. O documento também aponta que foram detectadas movimentações de solo além da Avenida Fernandes Lima.

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Lucas Leite/ g1 AL

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