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Rússia acusa Ucrânia de tentar frustrar negociações de paz e diz que Europa 'participa indiretamente' da guerra


Segundo o governo russo, Ucrânia tem realizado ataques 'provocativos' com o apoio de aliados europeus. Rússia e Ucrânia trocam ataques após condenação de EUA e Europa

A Rússia acusou nesta terça-feira (27) a Ucrânia de tentar frustrar as negociações de paz com bombardeios "provocativos" no território russo e afirmou que a Europa "participa indiretamente" da guerra.

Minimizando o impacto de bombardeios massivos à Ucrânia que bateram recordes nos últimos dias, a Rússia afirma que foi seu rival quem intensificou os ataques aéreos, com objetivo de minar as conversas pelo fim do conflito.

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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os ataques ucranianos contrastam com o desejo pela paz e não contribuem para as negociações. Peskov disse ainda que a Europa "participa indiretamente" do conflito com o fornecimento de armas a Kiev, segundo a agência estatal RIA Novosti.

"Vemos que a Europa participa de forma indireta, com o fornecimento contínuo de armamentos — os mais diversos sistemas de armas e munições — e isso constitui uma participação indireta na guerra contra a Rússia", disse Peskov a jornalistas.

O Ministério da Defesa russo acrescentou que os ataques, chamados de "provocativos", realizados pela Ucrânia ocorrem com o apoio de aliados europeus. "Kiev, com o apoio de alguns países europeus, tomou uma série de medidas de provocação para frustrar as negociações iniciadas pela Rússia", afirmou o Ministério.

As falas das autoridades russas ocorrem após aliados europeus terem autorizado a Ucrânia a utilizarem mísseis de longo alcance para atingir alvos dentro do território russo, segundo o chanceler alemão, Friedrich Merz. EUA e Reino Unido já haviam autorizado, no final de 2024, o uso limitado desses armamentos.

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Tanto Ucrânia quanto Rússia têm realizado ataques aéreos de drones e mísseis a seu rival nos últimos dias. Na madrugada desta terça, 99 drones ucranianos foram abatidos na Rússia, segundo a Defesa do país, e 60 drones russos foram abatidos na Ucrânia. Autoridades ucranianas relataram feridos.

Os russos afirmaram ainda que os ataques em larga escala efetuados por suas tropas contra a Ucrânia foram uma "resposta" às ações de drones ucranianos em seu território. Segundo a Defesa russa, o país está atacando a Ucrânia "em resposta aos ataques massivos com drones ucranianos contra regiões russas".

'Putin ficou louco', diz Trump sobre ataques

Bombeiros tentam apagar um incêndio após um ataque russo na região de Kiev em 25 de maio de 2025

Serviço de Emergência da Ucrânia/AP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, "ficou louco" após bombardeios massivos na Ucrânia durante o fim de semana.

Mais de 700 mísseis e drones russos foram lançados contra o território ucraniano em um intervalo de dois dias, registrando dois recordes:

o maior ataque aéreo em um dia na guerra, com 367 projéteis, entre drones e mísseis, na madrugada de domingo (25);

o maior ataque aéreo de drones da guerra, com 355 drones e outros nove mísseis, na madrugada de segunda-feira (26).

"Ele [Putin] ficou completamente louco! (...) Algo aconteceu com ele, está matando um monte de gente desnecessariamente, e não estou falando apenas de soldados. Mísseis e drones sendo lançados contra cidades na Ucrânia sem nenhuma razão", afirmou Trump em publicação em sua rede social Truth Social.

Os bombardeios russos, os quais autoridades ucranianas descreveram como um fim de semana de "terror", ocorreram em meio a uma troca recorde de prisioneiros de guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Ao todo, 1.000 prisioneiros de guerra foram trocados entre os dois países em três rodadas distintas entre sexta-feira e domingo.

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