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Saiba como projeto no RS transforma canetas de insulina em esferográficas e conscientiza sobre diabetes e sustentabilidade


Iniciativa Insulife teve início em Farroupilha, na Serra. Kit vem com caneta e folheto explicativo com sinais de alerta para a condição e orientações sobre reciclagem. Canetas de insulina viram material escolar em Farroupilha

O que fazer com as canetas de insulina descartáveis após o uso? Em Farroupilha, na Serra do RS, um grupo de voluntários encontrou uma solução inovadora: transformá-las em canetas esferográficas.

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O projeto, chamado Insulife, nasceu a partir da experiência de Neusa Pietta, mãe de Matheus, que foi diagnosticado com diabetes aos três anos. A ideia ganhou força e hoje já recebe doações de diversas partes do Brasil.

A professora Sonia, que ensinou Matheus em seus primeiros anos escolares, foi uma das primeiras a se envolver com a iniciativa.

"O nome fui eu que cheguei a 'Insulife', porque insulina para o diabético é vida", explica uma das idealizadoras do projeto, Sonia Táparo.

O objetivo do projeto é duplo: além de reduzir o desperdício, a iniciativa também conscientiza sobre a diabetes.

"A diabete é uma doença silenciosa e traiçoeira, porque a gente desconhece e ela mata", comenta a professora.

Junto com cada caneta, os voluntários entregam um folheto explicativo com sinais de alerta para a condição e orientações sobre reciclagem.

Projeto transforma canetas de insulina em esferográficas

Divulgação/ Insulife

Como é feita a caneta

Para adaptar a caneta esferográfica, é preciso retirar o plástico interno da insulina, doado depois à Liga de Combate ao Câncer de Farroupilha, onde é reciclado e convertido em recursos para tratamentos. Já os frascos de vidro, onde ficaria a substância, são entregues à Secretaria da Saúde do município.

"Quando a gente pede a doação da caneta, já pedimos sem agulha, assim não tem preocupação de machucar alguém", explica Sonia.

Projeto transforma canetas de insulina em esferográficas

Divulgação/ Insulife

Ao lado de outras voluntárias, Sonia conta que se dedica a desmontar as canetas, reaproveitar partes e dar um novo destino sustentável aos materiais.

Doações

Projeto transforma canetas de insulina em esferográficas

Divulgação/ Insulife

As canetas esferográficas, que substituem o cartucho de insulina descartado, são distribuídas gratuitamente em escolas, postos de saúde, hospitais e consultórios médicos.

Empresas e doadores individuais se engajaram na causa, incluindo uma fabricante de materiais escolares, que enviou 600 canetas para o projeto. A mobilização se espalhou pelo país, e doações já chegaram de estados como Amazonas, Tocantins e Minas Gerais. Em algumas cidades, até mesmo Secretarias de Saúde estão recolhendo canetas de insulina para encaminhar à Insulife.

"A gente tá até assustada com a proporção que tá tomando o projeto, porque fazem só seis meses e a gente já tá super feliz e recebendo canetas de insulina do Brasil todo", conta Sonia.

Além de canetas de insulina (como as usadas para insulina e Ozempic, sem agulha), o projeto também aceita doações de canetas esferográficas novas ou usadas, que podem ser adaptadas.

Atualmente, a equipe trabalha na criação de um perfil nas redes sociais para facilitar a comunicação com doadores e interessados.

Para os voluntários, o maior desejo é que a iniciativa continue crescendo, alcançando mais pessoas e levando informação sobre a diabetes e a importância da sustentabilidade.

"As pessoas ficaram surpresas e muito felizes com a iniciativa. Muitas não sabem sobre a diabetes, então a gente acaba levando a caneta e levando a informação também", diz a professora.

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