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Secretário de Comércio dos EUA fala em zerar taxas de importação de alimentos que os americanos não produzam


Secretário de Comércio dos EUA diz que pode zerar tarifa a produtos agrícolas que os americanos não cultivam

O secretário de Comércio dos Estados Unidos abriu uma janela no quarto escuro em que Donald Trump trancou os líderes de todos os outros países. A três dias do início da cobrança de taxas de importação mais altas, o secretário falou na possibilidade de tarifa zero para produtos agrícolas que os americanos não cultivam.

Foi numa entrevista à rede CNBC. O secretário do Comércio foi falar sobre o acordo de Donald Trump com a União Europeia, que prevê 15% em tarifas.

Questionado sobre futuras negociações mais detalhadas, sobre produtos específicos, Howard Lutnick disse que o próprio presidente Trump faz uma ressalva quando fecha negócios.

Ele disse:

"Se um país planta alguma coisa e nós não plantamos, esse produto pode entrar nos Estados Unidos com tarifa zero. Então, se fechamos um acordo com um país que planta manga, abacaxi, eles podem ter tarifa zero... Café, cacau, são outros exemplos de recursos naturais que poderiam não ser taxados".

E terminou dando o exemplo da Europa que, segundo ele, quer tarifas zero em cortiça, usada em rolhas e isolantes. Ele não citou o Brasil e nenhum outro país. Mas a notícia animou a comitiva de senadores brasileiros que estão em Washington.

"É uma demonstração clara de que nós podemos e temos a condição de dialogar. Nós temos outros setores no Brasil que os Estados Unidos têm muito interesse. O setor do aço, por exemplo, da produção de ferro gusa. São setores que eles dependem de nós", afirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG).

Howard Lutnick em entrevista à CNBC

Reprodução/TV Globo

Na segunda-feira (28), os encontros da comitiva foram com representantes do setor privado. Nesta terça-feira (29), com oito parlamentares americanos, sete senadores da oposição, do partido Democrata, e um senador do partido Republicano, do governo, mas que já teve divergências com o presidente Donald Trump. O objetivo principal é fazer pressão para pelo menos adiar a data em que as tarifas entram em vigor, 1º de agosto — também conhecido como essa sexta-feira.

"A gente está focando principalmente na abertura de prazo, porque a carta foi de 9 de julho para valer no dia 1º de agosto, são menos de 30 dias, então não é razoável", afirma o senador Jaques Wagner (PT-BA).

"Estamos defendendo a prorrogação para termos o mesmo tempo que os outros países tiveram. Nem queremos os três meses a mais da China", ressalta o senador Espiridião Amin (PP-SC).

Os Estados Unidos tratam a China como um caso à parte. As tarifas sobre o país estão pausadas desde o dia 12 de maio. Voltariam a entrar em vigor no dia 12 de agosto, daqui a duas semanas. Mas hoje o secretário do Tesouro, Scott Bessent, levantou a possibilidade de adiar mais uma vez, por mais três meses.

O secretário foi a Estocolmo para negociações com os chineses. Disse que fez progresso, mas que cabe ao presidente Donald Trump decidir de quanto tempo será a prorrogação. Ou seja, não chegou num acordo.

A grande cartada da China, depois de revidar as tarifas de Donald Trump, foi proibir a exportação pros Estados Unidos de minérios raros — para depois negociar a retomada das vendas.

A China é líder na mineração e exportação de neodímio, usado pra fazer ímãs. Necessários para o desenvolvimento de muitas tecnologias e, principalmente, carros elétricos.

O representante chinês nas negociações afirmou que as conversas sobre as maiores preocupações econômicas de cada lado foram bem francas e que os times vão continuar em contato.

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