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Suspeito de feminicídio é preso no PI após levar mulher a hospital e ocultar agressões: 'disse que ela caiu no banheiro', diz polícia


Suspeito de feminicidio é preso no PI após companheira morrer em hospital vitima de violência doméstica: 'disse que ela caiu no banheiro', diz polícia

Reprodução/ TV Gazeta

Um homem de 38 anos indiciado por feminicídio foi preso em Teresina após sua companheira Rayane do Nascimento Souza morrer vítima de violência doméstica no dia 18 de julho. A delegada Nathalia Figueiredo contou ao g1 nesta quinta-feira (14) que o suspeito tentou ocultar as agressões afirmando que as lesões na vítima foram causadas por uma queda no banheiro.

Segundo a delegada Nathalia, titular do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), o vendedor mentiu a identificação de Rayane ao levar ela para o atendimento médico. Depois, ele tentou enganar a polícia registrando um Boletim de Ocorrência de desaparecimento da companheira.

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"Ele levou ela na UPA do Promorar alegando que ela caiu no banheiro. Porém, a equipe médica notou que ela estava bastante lesionada, com hematomas, sem responder aos estímulos médicos e muito debilitada. Ao identificar que se tratava de um caso de violência doméstica, as enfermeiras cortaram contato do agressor com a vítima e acionaram a polícia. Rayne foi transferida para o HUT, e como ele não tinha mais contato com ela, foi no DHPP registrar o seu desaparecimento com o intuito de parecer inocente", explicou a delegada.

Rayane deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Promorar no dia 9 de junho. Devido a gravidade do seu quadro, ela foi encaminhada para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Na unidade, descobriram que ela é uma pessoa que convivia com o vírus HIV e, então, foi transferida para o Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella.

O suspeito foi preso preventivamente no dia 10 de julho. Segundo a delegada, o inquérito foi concluído cinco dias depois. Inicialmente, ele foi indiciado por tentativa de feminicídio, mas com a morte de Rayane em 18 de julho, o caso passou a ser tratado como feminicídio consumado.

Vítima de violência doméstica

Segundo a delegada Nathália Figueiredo, Rayane do Nascimento deu entrada na UPA do Promorar bastante debilitada.

"A vítima entrou no hospital não respondível a estímulos dos profissionais de saúde, ou seja, desacordada, não se comunicava, e, diante da observação das lesões que ela apresentava, os profissionais entenderam pela possibilidade de, na verdade, não ser acidente, mas sim lesões intencionais", afirmou a delegada.

Uma enfermeira da UPA contou à polícia que o suspeito apresentou a vítima como Gabriela do Nascimento Souza, natural de José de Freitas. No entanto, Rayane era maranhense, segundo a Polícia Civil.

A enfermeira também contou que a mulher apresentava escoriações e hematomas por todo o corpo, anemia grave, perda excessiva de líquidos e desidratação, taquicardia, lesão na mandíbula e não reagindo a estímulos.

"Ele alegava que ela estava havia uma semana assim e que ele a alimentava e dava banho. Só que, mesmo que isso fosse verdade, não é normal a pessoa ter mantido uma pessoa nessas condições por tanto tempo", destacou a delegada.

Rayane vivia em Teresina sem contato com a família. Segundo a Polícia Civil, parentes afirmaram que não tinham contato com ela há seis anos. O lauda da morte da vítima, segundo o DHPP, apontou que ela faleceu por causa das múltiplas lesões sofridas no contexto da violência doméstica.

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