Partido Democrata divulga suposta carta de Trump a Epstein com desenho de mulher nua
Reprodução
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a negar que enviou uma carta com o desenho de uma mulher nua ao bilionário Jeffrey Epstein. Em entrevista nesta terça-feira (9), o republicano disse que a assinatura que aparece no documento não é dele.
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A suposta carta faz parte de um álbum comemorativo produzido por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, para celebrar os 50 anos dele. O documento teria sido enviado em 2003, anos antes de o bilionário ser preso por abuso sexual de menores.
Na segunda-feira (8), o Congresso dos EUA recebeu uma cópia do álbum, que foi entregue por advogados do espólio de Jeffrey Epstein. O arquivo mostra a assinatura de Trump no rodapé da mensagem.
Ao ser questionado sobre o assunto por jornalistas, Trump disse que o texto que aparece na carta é incompatível com a linguagem que ele usa.
"Não é a minha assinatura e não é como eu falo. Qualquer pessoa que me acompanha há muito tempo sabe que essa não é a minha linguagem. Isso é um absurdo e, francamente, vocês estão perdendo tempo", respondeu.
O conteúdo da correspondência havia sido revelado pela primeira vez em julho pelo jornal The Wall Street Journal, que reproduziu apenas o texto, sem mostrar o documento original. Na ocasião, Trump negou a autoria, entrou com um processo contra o jornal e pediu uma indenização de US$ 10 bilhões.
Na segunda-feira, logo após a divulgação da página com a suposta carta, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, questionou a autenticidade do documento e disse que a assinatura apresentada é diferente da usada por Trump.
Já a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou a carta como falsa e afirmou que "está muito claro que o presidente Trump não desenhou essa imagem e nem a assinou".
Apesar das dúvidas levantadas pela Casa Branca, veículos da imprensa americana resgataram documentos da década de 1990 em que a assinatura de Trump aparece semelhante à que consta na suposta carta.
Leia, a seguir, a tradução da suposta carta:
Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo.
Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é.
Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.
Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey.
Jeffrey: É verdade, pensando bem.
Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já notou?
Jeffrey: Na verdade, isso ficou claro para mim da última vez que te vi.
Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.
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Suposta carta de Trump enviada a Jeffrey Epstein em 2003
Partido Democrata
Epstein x Trump
Jeffrey Epstein: quem foi, quais crimes cometeu e qual a associação com Trump
Jeffrey Epstein tinha conexões com milionários, artistas e políticos influentes. Entre 2002 e 2005, ele foi acusado de aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões.
Em 2008, Epstein chegou a firmar um acordo com a Justiça para se declarar culpado. Em 2019, o caso voltou à tona, quando autoridades federais consideraram o acordo inválido e determinaram a prisão do bilionário por tráfico sexual.
O bilionário morreu na cadeia poucos dias após ser preso. Segundo as autoridades, ele tirou a própria vida.
Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato Trump prometeu divulgar uma lista com os nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual liderado por Epstein. Em fevereiro deste ano, alguns documentos chegaram a ser publicados pelo governo.
Em um desses arquivos, o nome de Trump aparece ao lado de outras pessoas em registros de voos ligados ao bilionário. É de conhecimento público que os dois foram próximos nos anos 1990. Trump, no entanto, não é investigado nesse caso.
Ainda em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi chegou a insinuar que havia uma lista de clientes de Epstein sobre a mesa dela para ser revisada. Esse documento, no entanto, nunca foi divulgado.
Mais recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que não existe nenhuma lista de clientes nos documentos relacionados à investigação. O próprio presidente Trump passou a afirmar que a tal documento é uma farsa.
A mudança de versão irritou a base de apoiadores do republicano. Muitos desses eleitores compartilham teorias da conspiração sobre o caso Epstein e exigem a divulgação completa das informações sobre a rede de exploração sexual.
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