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Vaticano realiza encontro mundial para promover a fraternidade humana

Vaticano reúne personalidades do mundo inteiro para promover a fraternidade humana

O Vaticano, e pela primeira vez a Prefeitura de Roma, abriram seus ambientes para a terceira edição do Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana. Líderes religiosos, diretores das maiores empresas de comunicação do mundo, prêmios Nobel e artistas foram recebidos pelo papa Leão XIV.

O cantor Pharrell Williams e a jornalista Maria Ressa, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2021, estavam presentes.

O papa propôs uma ampla aliança humana, fundada não no poder, mas no cuidado, não no lucro, mas na doação, não na suspeita, mas na confiança.

“O mundo está atualmente marcado por conflitos e divisões, o que torna ainda mais importante que vocês estejam unidos por um forte e corajoso ‘não’ à guerra e um ‘sim’ à paz e à fraternidade”, afirmou.

No Campidoglio, sede da Prefeitura romana, quinze grupos foram formados para apresentar iniciativas mais fraternas em várias áreas, e de todos os cantos do planeta.

O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, disse que a mensagem do encontro é potente e lembrou que o papa Francisco dedicou uma encíclica à fraternidade. “Ninguém está seguro se todos não estão seguros”, afirmou.

Desarmar as palavras para desarmar o mundo. Buscar um jornalismo com o vulto humano. Uma fraternidade mais humana. 'O que é ser humano hoje', pergunta o papa Leão XIV. As discussões percorrem uma nova forma de trazer a fraternidade para dentro das notícias.

O coordenador dos debates da comunicação, padre Enzo Fortunato, abriu o plenário dizendo que a palavra deve voltar a ser instrumento de fraternidade. “A verdade, a liberdade e a dignidade precisam ser protegidas”, afirmou.

“Colocando ao centro essas três prioridades, desarmamos as palavras. E também as desarmamos quando não queremos a guerra. Penso que se vê e se sente quando o homem fala com palavras armadas e quando é desarmado no coração e nos gestos”, disse o padre.

A prêmio Nobel filipina-americana Maria Ressa, criadora do site investigativo Rappler, recebeu onze mandatos de prisão em pouco mais de um ano e venceu quase todos. Ao criticar o uso errado das tecnologias, afirmou: “Graças aos algoritmos, as mentiras se espalham seis vezes mais rápido do que os fatos.”

Estavam presentes os diretores das redes de TV americanas CNN, CBS News e Fox News, da britânica BBC, dos jornais The New York Times e do francês Le Monde, entre outros. Do Brasil, participaram o diretor de Redação da Folha de S.Paulo, Sérgio Dávila, e a Globo, representada pelo diretor-geral de Jornalismo, Ricardo Villela.

“Em contexto de polarização e fragmentação da atenção, o jornalismo precisa ser cada vez mais transparente. Explicar seus valores, métodos, para chegar à verdade e seus processos de decisão, a fim de continuar merecendo a confiança do público”, defendeu Villela em sua participação.

Todos refletiram juntos sobre a necessidade de se colocar o ser humano no centro das preocupações. As polarizações no mundo, o aumento do ódio nas redes sociais e os vieses da inteligência artificial foram citados como grandes desafios a serem enfrentados.

O cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica de São Pedro, que patrocinou o encontro, defendeu a liberdade de imprensa e um jornalismo audaz. Ele afirmou que, quanto mais se constrói fraternidade, mais se descobre em humanidade.

À noite, a troca de tantas ideias e experiências foi concluída com um grande show . Num clima de fraternidade, o canto de Andrea Bocelli e a luz de tantos drones sincronizados trouxeram mais humanidade à Praça São Pedro.

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