
Vereador de Itacoatiara condenado a prisão ameaça ir armado à Câmara
O vereador de Itacoatiara Ney Nobre (MDB) apareceu em um vídeo gravado por um amigo em que ameaça ir armado à Câmara Municipal e também ironiza o trabalho dos portais de notícias da cidade. O caso aconteceu neste domingo (19). Veja o vídeo acima.
O parlamentar foi condenado pela Justiça Federal do Amazonas a 10 anos e 4 meses de prisão em regime fechado. A condenação está relacionada ao envolvimento em fraudes no financiamento rural do Banco da Amazônia (Basa), por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Apesar da condenação, o parlamentar poderá recorrer em liberdade.
Nas imagens, o vereador aparece sem camisa e segurando uma lata de cerveja ao lado de um amigo, que o questiona em tom de deboche se ele está devendo dinheiro para os portais de notícias da cidade.
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"Nós estamos aqui bem 'agoniadinhos' com os portais de Itacoatiara. Tu deve alguma coisa pra esses portais?", ironiza o amigo.
Após a negativa do vereador, o amigo afirma que no dia seguinte os jornalistas "vão estar em peso na Câmara" e que ele e o parlamentar "vão estar lá esperando eles", quando Ney Nobre complementa:
"Com a minha 20", afirma. "E um 'três oitão'", comenta o amigo.
A fala faz referência à espingarda calibre 20 milímetros e revólver de calibre 38.
Por meio de nota, Ney Nobre informou que o vídeo é antigo e que não representa a ação do parlamentar no exercício do cargo público.
"Repudio de forma clara e firme qualquer tentativa de distorcer ou utilizar esse vídeo fora de contexto, com o intuito de prejudicar minha imagem ou desviar a atenção do trabalho sério e comprometido que venho realizando em prol da comunidade", diz um trecho da nota.
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Vereador Ney nobre (MDB)
Divulgação
A condenação
Segundo a decisão, Ney Nobre foi apontado como mentor e principal beneficiário de um esquema que utilizava nomes laranjas para simular o cultivo de abacaxi em propriedades inexistentes em Itacoatiara.
Conforme os autos, o Basa liberou cerca de R$ 374 mil em oito contratos fraudulentos. O dinheiro foi desviado para o vereador por meio de saques em espécie e transferências bancárias. Testemunhas relataram que eram orientadas pelo parlamentar a comparecer ao banco, assinavam documentos sem saber o conteúdo e repassavam quase todo o valor obtido ao vereador.
O juiz destacou que os financiamentos causaram “severo prejuízo à instituição bancária” e classificou a conduta do réu como de “alta reprovabilidade”, por ter se aproveitado da confiança de trabalhadores rurais para executar as fraudes.
Por meio de nota, Ney Nobre afirmou que recebeu a decisão com surpresa e que confia na Justiça. Ele declarou que irá recorrer à sentença e que acredita que “a verdade prevalecerá”.
“Recebi com profunda surpresa a decisão judicial divulgada nesta data. Bem como reafirmo minha total confiança na Justiça e acredito firmemente que a verdade prevalecerá, com todos os fatos sendo devidamente esclarecidos. Sempre agi com honestidade e transparência e provarei, sem sombra de dúvidas, minha inocência”, disse o vereador.
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