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Zanin manda para prisão operador de esquema de venda de sentenças que estava em regime domiciliar

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, determinou a prisão de Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como operador de um esquema de venda de sentenças que teria envolvido até gabinetes do Superior Tribunal de Justiça.

A Polícia Federal já cumpriu a medida. Zanin atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República após Anderson passar por uma nova avaliação médica. Ele cumpria prisão domiciliar desde julho devido ao estado crítico de saúde e aparência esquelética.

Antes, ele ficou preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, por oito meses, quando teria perdido mais de 25kg e apresentado estado de diabetes avançado.

Segundo a defesa, Andreson passou por uma cirurgia em 2020 chamada gastrectomia vertical com interposição ileal, procedimento que envolve a retirada de parte do intestino e altera significativamente a digestão e absorção de alimentos.

O empresário é apontado pela PF como um dos principais operadores do esquema investigado.

Segundo a PF, as investigações "revelaram a existência de um mercado paralelo de influência, no qual contratos milionários de advocacia ou de consultoria eram firmados com o propósito de assegurar decisões previamente combinadas, em substituição à efetiva atuação técnico-jurídica" nos processos.

O relatório descreve a existência de uma rede de intermediários, operadores e servidores, criada para manipular e direcionar decisões do STJ e de outros tribunais.

Segundo a PF, o esquema envolvia pessoas que atuavam em três núcleos:

Servidores públicos ligados a gabinetes, que vazavam informações sensíveis e antecipavam minutas;

Advogados e lobistas, que buscavam clientes interessados em decisões favoráveis; e

Empresários, principalmente do agronegócio, que seriam beneficiados com as decisões.

Os investigadores analisaram uma série de mensagens que revelam ações que seguiam padrões típicos de atuação de organizações criminosas, como o uso de linguagem cifrada, codinomes, laranjas e empresas de fachada.

Para tentar maquiar as negociações, a PF diz que o grupo recorria a expressões como "a obra está pronta", que correspondiam a uma minuta de decisão finalizada.

A PGR pediu ao Supremo que a PF aprofunde as investigações e detalhe mais dados da investigação.

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