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Acusados de matar mulher e esconder corpo em barril revelam detalhes do crime e são condenados, em Belém


Dois réus são julgados em Belém por morte de agente de portaria em 2023

Matheus Gonzaga Alencar Mendes e Milena Furtado Santos foram condenados à prisão pela morte de Marciely Lopes Ferreira, de 30 anos. O corpo dela foi encontrado dentro de um barril nas dependências da empresa onde trabalhava, em Barcarena, na Grande Belém, em março de 2023.

Matheus e Milena, que eram namorados, foram a júri popular nesta quinta-feira (4), no Fórum de Belém. O julgamento trouxe à tona detalhes do crime.

➡️ Matheus foi condenado a 18 anos e seis meses prisão, em regime inicial fechado, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Já Milena foi condenada cinco anos e oito meses a cumprir em regime semiaberto.

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O acusado trabalhava na mesma empresa que a vítima e confessou ter assassinado Marciely. Segundo familiares, ele tinha um relacionamento conturbado com ela. De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), brigas recorrentes entre Matheus e a vítima dentro do trabalho motivaram o crime.

No depoimento, Matheus alegou que estava sob efeito de álcool e drogas no momento do crime. Além disso, ele falou que não se lembra do instante exato em que matou a mulher, que fazia parte do quadro de funcionários da empresa há dois meses.

"Eu não lembro da ação... eu só lembro a hora que eu tava com o bastão na mão e vi ela no chão, a Milena tava assustada", disse Matheus no depoimento.

Matheus também negou a acusação de que teria matado Marciely para que Milena ocupasse o cargo deixado por ela na empresa. No interrogatório, Milena relatou que não participou do assassinato, mas ajudou a limpar a cena do crime e a esconder o corpo.

As investigações do caso se concentraram em alguns objetos-chave: um taco, que teria sido usado para matar Marciely; a motocicleta que a vítima usava para ir trabalhar; e, principalmente, o celular de Marciely, utilizado após o crime.

Uma terceira pessoa, um adolescente, também é acusada de participar do crime. O adolescente teria sido o responsável por enviar as mensagens se passando por Marciely após a morte da vítima.

O g1 entrou em contato com as defesas do casal acusado, mas não obteve resposta.

Testemunhas perceberam mudança em mensagens

O marido da vítima foi o primeiro a testemunhar no julgamento. Ele afirmou ter suspeitado que algo estava errado ao notar a diferença na escrita e na forma de tratamento durante a troca de mensagens pelo celular da esposa após o seu desaparecimento.

O cunhado de Marciely também percebeu a alteração. Segundo as testemunhas, algumas expressões usadas nas mensagens não faziam parte do linguajar habitual da vítima.

Familiares encontraram o corpo

Marciely foi encontrada morta dentro de um barril em uma empresa que fica em Barcarena, na Grande Belém, em 2023.

Reprodução / TV Liberal

Parentes disseram que Marciely saiu para o trabalho no dia 25, às 7h, e não voltou mais. O marido de Marciely tentou contato por telefone e não conseguiu nas primeiras tentativas, apenas depois, por mensagem.

Em seguida, ele foi até o trabalho da mulher, e Mateus, agente de portaria que estava no momento, informou que a funcionária teria saído em busca de atendimento médico porque estava com dor de estômago.

Os familiares decidiram sair em busca e voltaram à empresa. Mateus não permitiu a entrada dos familiares, mas eles permaneceram no local e fizeram buscas em uma mata próxima, onde encontraram vestígios de sangue.

"O suspeito estava lá na portaria, como se nada tivesse acontecido, e dizia que não sabia de nada", diz um dos familiares da vítima.

Após outra tentativa, a família conseguiu entrar na empresa. Um dos parentes olhou dentro de um tambor e viu a mão da vítima, que estava com pedras por cima.

"Estava em um local discreto para que ninguém desconfiasse".

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