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Autoridades de Defesa dos EUA tentaram persuadir público de que bombardeios destruíram instalações nucleares do Irã


A imprensa americana teve acesso a informações de um relatório da inteligência que diz que as instalações no subsolo não foram destruídas, e que o ataque atrasou o programa nuclear iraniano em apenas alguns meses. Autoridades de defesa dos EUA tentam convencer opinião pública sobre destruição de usinas nucleares do Irã

As principais autoridades de Defesa dos Estados Unidos estão engajadas em um esforço para convencer a opinião pública de que os bombardeios do último sábado (21) destruíram as instalações nucleares do Irã. Mesmo com um relatório do governo que afirma o contrário.

Não há novas evidências. Nem novas imagens das operações. Mas o governo americano chamou a imprensa para dizer que os ataques contra o Irã foram um... sucesso histórico.

Para convencer os jornalistas, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Dan Caine, mostrou imagens inéditas de testes realizados com o mesmo tipo de bombas usadas no ataque e concluiu: todas elas foram exatamente para onde deveriam ter ido. Ao mesmo tempo, admitiu que cabe aos serviços de inteligência avaliarem os danos nas usinas nucleares iranianas.

Essa semana, a imprensa americana teve acesso a informações de um relatório da inteligência que diz que as instalações no subsolo não foram destruídas, e que o ataque atrasou o programa nuclear iraniano em apenas alguns meses. Ao lado do general, o secretário de Defesa contradisse o documento e afirmou que ele é preliminar.

"Escolha a sua palavra: destruído, derrotado, obliterado", disse Pete Hegseth.

O relatório também aponta que o Irã escondeu em outros lugares boa parte do urânio enriquecido, necessário para fabricar bombas atômicas. Imagens de satélite mostram 16 caminhões fazendo fila na usina de Fordow dois dias antes do bombardeio à instalação. Possivelmente para retirar o material de lá. Questionado, o secretário de defesa disse que não tem conhecimento de que o material tenha sido transferido.

A palavra mais importante sobre o assunto é de um homem: o chefe da Agência de Energia Atômica da ONU. Nesta quinta-feira (26), Rafael Grossi deu uma entrevista a uma rádio francesa e afirmou que o Irã tinha planos para proteger o urânio. Ele explicou que a potência das bombas permite dizer que as centrífugas de Fordow não estão mais funcionando.

No Irã, o líder supremo apareceu pela primeira vez na televisão depois do ataque dos Estados Unidos. Ali Khamenei minimizou o bombardeio e disse que os americanos não conquistaram nada de significativo.

O aiatolá declarou vitória nos confrontos com os israelenses e disse que Israel teria sido completamente aniquilado se os Estados Unidos não tivessem entrado no conflito.

Nesta quinta-feira (26), as autoridades de Defesa dos Estados Unidos se reuniram a portas fechadas com senadores do Partido Republicano, de Donald Trump, e do Partido Democrata, da oposição, para falar sobre os ataques americanos. Depois do encontro, o líder dos democratas no Senado - o senador Chuck Schumer - disse que não recebeu uma resposta adequada sobre se os bombardeios destruíram totalmente os depósitos nucleares do Irã, como alega o presidente Donald Trump.

Autoridades de Defesa dos EUA tentaram persuadir público de que bombardeios destruíram instalações nucleares do Irã

Reprodução/TV Globo

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