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Bacellar fica em silêncio ao ser perguntado sobre R$ 91 mil apreendidos no seu carro


Bacellar fica em silêncio ao ser perguntado sobre R$ 91 mil apreendidos no seu carro

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), não soube explicar a origem dos R$ 91 mil em espécie encontrados pela Polícia Federal (PF) em seu carro blindado nesta quarta-feira (3). Questionado durante o depoimento, ele optou pelo silêncio.

A quantia foi apreendida no momento de sua prisão, que ocorreu dentro da Superintendência da PF no Rio, em uma operação montada para evitar tumultos.

Bacellar foi atraído para a sede da PF sob o pretexto de uma reunião com o superintendente, delegado Fábio Galvão. A estratégia foi desenhada porque o deputado anda cercado por muitos seguranças armados. A PF avaliou que uma abordagem na rua ou na Alerj poderia gerar uma reação perigosa.

Ao chegar para a "reunião", Bacellar recebeu voz de prisão. Curiosamente, ele não se revoltou. Pelo contrário, chegou a agradecer pela armadilha, reconhecendo que a abordagem discreta evitou um constrangimento maior.

Rodrigo Bacellar

Thiago Lontra/Alerj

O pânico do celular 'não zerado'

Se a prisão já era um terremoto, um detalhe técnico transformou o caso em pânico generalizado no mundo político do Rio: o celular pessoal de Bacellar foi apreendido e não estava zerado.

Isso indica que, apesar de ser investigado por supostamente receber vazamentos de operações, ele não esperava ser preso naquele momento. O aparelho agora é visto como uma caixa-preta que pode revelar não só quem vazou informações para ele, mas também expor sua rede de contatos e articulações com outras autoridades.

A prisão foi recebida com um silêncio sepulcral na Assembleia Legislativa. Ninguém saiu em defesa de Bacellar, mas também não houve ataques — nem mesmo da oposição.

O motivo desse comportamento incomum é político: diferentemente de antecessores presos, Bacellar construiu uma hegemonia tal que foi eleito presidente da Casa por unanimidade, com votos que foram da direita à esquerda, incluindo o PSOL.

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