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Brasil atinge a menor taxa de fecundidade da história, diz IBGE


Cada vez mais brasileiras escolhem não ter filhos, de acordo com o Censo 2022. Segundo a pesquisa, as mulheres que optam por ter filhos estão fazendo isso cada vez mais tarde. Número de filhos por mulher no Brasil é o menor da história, diz IBGE

Dados do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (27) pelo IBGE, revelaram que o Brasil atingiu a menor taxa de fecundidade da história.

Uma escolha de vida feita há muito tempo.

"Eu já decidi não ter filhos há mais de 20 anos. Eu tenho uma empresa de eventos e consome muito a quantidade de horas trabalhadas. Hoje, eu tenho o amor dos meus amigos, o amor da minha mãe, o amor do meu irmão e da minha família”, diz a produtora de eventos Lívia Merce.

Assim como a Lívia, cada vez mais brasileiras escolhem não ter filhos, de acordo com o Censo 2022. O percentual dessas mulheres aumentou de 10% no ano 2000 para 16% em 2022. Segundo a pesquisa, as mulheres que optam por ter filhos estão fazendo isso cada vez mais tarde. A idade média das que foram mães subiu de 26 anos para 28.

"Um dos principais fatores foi o avanço dos métodos contraceptivos. Isso faz com que elas tenham maior planejamento familiar. Nós tivemos também, ao longo do tempo, mais mulheres acessando a universidade. Isso fez com que elas focassem, primeiro, em terminar os seus estudos e estivessem mais preparadas para conseguir um emprego, entrar no mercado de trabalho”, afirma Janaína Feijó, economista, FGV Ibre.

As mulheres também estão tendo menos filhos. Em 1960, a taxa de fecundidade era de seis filhos por mulher. Em 2022, caiu para o menor índice já registrado na história. As mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto tiveram mais filhos e mais novas do que as mulheres com ensino superior completo.

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Jornal Nacional/ Reprodução

O Censo 2022 também traz dados sobre a migração de pessoas dentro do Brasil. Santa Catarina se tornou o principal destino de migrantes no país. Entre 2017 e 2022, Rio de Janeiro e São Paulo perderam mais gente do que receberam de outros estados. O Rio foi o estado com o resultado mais negativo. É como se, em média, 91 pessoas por dia tivessem deixado o Rio de Janeiro nesse período. E essa foi a primeira vez, desde o início dessa pesquisa, em 1991, que São Paulo ficou com saldo migratório negativo.

O Censo também aponta que a quantidade de estrangeiros e naturalizados disparou entre 2010 e 2022. Foram menos europeus e norte-americanos, e mais latino-americanos que chegaram para viver no Brasil, especialmente vindos da Venezuela. Como a vendedora Faridez Azevedo, que vive em Roraima. Ela conta que já morou em abrigo e hoje vive de aluguel com o dinheiro do próprio trabalho:

"Me sinto motivada, me sinto com muita segurança".

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