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Caso Kauã: MP vê indícios de crime 'bem mais graves' que os apontados em investigação policial


Órgão também solicitou que sejam apresentados novos documentos necessários para embasar a futura manifestação dele. Nova imagens mostram acidente que matou Kauã Guedes

O Ministério Público solicitou nesta quarta-feira (25) que a investigação sobre o acidente que resultou na morte do jovem Kauã Guedes, de 18 anos, retorne à delegacia, pois há indícios de "crimes mais graves" do que os apresentados até o momento pelos policiais.

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"A medida foi adotada vislumbrando a possibilidade da caracterização de um crime de homicídio doloso, fato que pode ensejar diversas consequências processuais, inclusive bem mais graves do que as apresentadas até o momento pela autoridade policial", disse o Ministério Público.

Além disso, o órgão solicitou que sejam apresentados novos documentos necessários para embasar a futura manifestação do MP sobre o processo.

Rafael Elisario estava em veículo que atropelou e matou jovem de 18 anos em Fortaleza

Reprodução

O empresário Rafael Elisario Ferreira, de 42 anos, que avançou a preferencial em alta velocidade, matou Kauã atropelado e deixou Igor Lima, de 23 anos, gravemente ferido, chegou a ser preso em flagrante. No veículo dele foram apreendidos drogas, latas de cerveja e comprimidos psicotrópicos.

O g1 não localizou a defesa de Rafael. Em vídeo gravado por testemunhas, ele negou ter dirigido em alta velocidade, embora as pessoas que presenciaram o acidente contestem.

Na delegacia, ele recusou a fazer o teste de bafômetro e ficou em silêncio durante o depoimento à polícia. Inicialmente, o empresário foi autuado em flagrante por lesão corporal culposa (sem intenção de matar) no trânsito. Porém, após a morte de Kauã, ele passou a ser investigado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) no trânsito.

Na audiência de custódia, ocorrida antes da morte de Kauã, o Ministério Público se posicionou favorável à soltura de Rafael.

Motorista atropelou dois motociclistas na última quinta-feira (19) em Fortaleza; jovem de 18 anos morreu

Reprodução

Na ocasião, o juiz de plantão avaliou que o empresário tinha bons antecedentes, era réu primário e não respondia a outros processos, concedendo a ele a liberdade mediante o pagamento a fiança de dez salários-mínimos, cerca de R$ 15 mil.

Conforme o Ministério Público, após análise do inquérito, o órgão decidiu pedir o retorno da investigação, para reavaliar o caso.

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16 multas por excesso de velocidade

Carro do empresário que matou Kauã atropelado tinha mais de R$ 4 mil em multas

O Ford Ranger vermelho que aparece no vídeo conduzido por Rafael Elisario possui 24 multas no período de pouco mais de 1 ano, sendo 16 delas por transitar em velocidade superior à permitida.

As infrações ocorreram no período de 1ª de abril de 2024 a 9 de maio de 2025, totalizando R$ 4.143,93 em multas, que ainda não foram quitadas, conforme consultado no portal do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran).

Além das infrações por excesso de velocidade, o veículo também possui autuações por:

parar sobre a faixa de pedestres,

estacionar em local ou horário proibido,

transitar em acostamentos e

estacionar no passeio.

O carro também segue com o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atrasado.

Kauã havia acabado o ensino médio e estava estudando para concurso. Além disso, trabalhava em uma confecção com a mãe e era uma das principais companhias dela durante o tratamento que a mulher está fazendo contra o câncer.

Kauã Guedes, de 18 anos, que morreu após ser atropelado por um empresário em um carro em alta velocidade, estudava para concurso e trabalhava com a mãe um confecção.

Arquivo pessoal

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