
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso aprovou nesta terça-feira (30) uma instrução que, na prática, ampliará a reserva para o fundo eleitoral no Orçamento de 2026.
O texto, aprovado de forma simbólica por deputados e senadores, define que o relator da proposta orçamentária, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), terá de trabalhar com um montante inicial de R$ 3,9 bilhões para o popularmente conhecido "Fundão".
O valor supera a proposta inicial da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que projetava até R$ 1 bilhão para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, a reserva de dinheiro público que financiará as campanhas eleitorais de 2026 (leia mais abaixo).
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Segundo a proposta aprovada pela CMO, o fundo eleitoral será composto por cortes em outras despesas previstas no Orçamento de 2026.
🔎A maior fatia (R$ 2,9 bilhões) virá de recursos originalmente previstos para emendas parlamentares de bancada.
Outra parte será abastecida por um corte de R$ 1 bilhão nas chamadas despesas discricionárias — recursos que o governo pode definir a destinação, como investimentos.
Ficará a cargo de Isnaldo Bulhões definir os locais nos quais os cortes vão ocorrer. Membros da CMO afirmam que há expectativa que o valor final do "Fundão" se aproxime de R$ 4 bilhões, o que levará Isnaldo a realizar outros cortes.
Em agosto, o governo enviou ao Congresso a proposta do Orçamento de 2026. O texto estabelecia uma reserva de R$ 1 bilhão para o financiamento de campanhas. O montante, segundo a equipe econômica, havia sido obtido por meio de um corte em emendas parlamentares.
Sem objeção da base governista, o texto aprovado nesta terça determina uma ampliação dos valores do fundo eleitoral, estendendo a retirada de recursos de emendas e obrigando o relator a cortar recursos em outros gastos do governo.
Há dois anos, o Congresso fez movimento semelhante: o governo havia proposto R$ 940 milhões para financiar as campanhas de 2024, mas os parlamentares elevaram a reserva para R$ 4,9 bilhões – um valor recorde.
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Reprodução/TV Globo
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